Hoje, volto aqui para refletir sobre algumas coisas, não gostaria agora de escrever já preparado previamente, gostaria de deixar meus pensamentos fluírem. Esse mês começou com algumas mudanças de perspectiva, tive duas aulas que impactaram meu pensamento em relação a minha vida. Tive algumas experiências que faz um tempo que não teria. Porém por outro lado parece que tudo está no mesmo lugar.
Agora, cheguei a um ponto que parece não poder regressar a ser que era, agora talvez é um momento chave de mudança, talvez não necessariamente intencional, mas um momento de aceitação, de ser mais receptivo aquilo que está emergindo agora. Não tentar moldar a vida, mas deixar ela falar por si própria. Daí vem a estranheza. Me acostumei com 2020 tentando ter controle do meu destino, do que eu gosto, do que eu faço, do meu futuro. Agora, agora o que me resta é o agora.
Esse tempo presente sendo uma base importante da aula que fiz a quase duas semanas atrás me fez rever minha atitude para comigo mesmo. A vida não pode ser feita apenas das coisas que nos dá tranquilidade, que acreditamos ser fonte de nossa felicidade. Talvez estar de acordo com a vida exige outros preceitos. Integrar, permitir que a experiência seja uma totalidade. Entregar, não criar uma separação de si para o mundo.
Tive o interesse quando começou o ano de ter certeza daquilo que eu gosto, daquilo que me satisfaz e me faz feliz, essa necessidade advém de comportamento de afastar-me do mundo, preservando o que é meu, o que genuíno da minha experiência. Agora despertei para o entendimento que aquilo que quero comunicar para o mundo está incongruente com a minha experiência autêntica. Ter uma atitude honesta para consigo exige outro tipo postura.
A necessidade de estabilidade, de segurança, de previsibilidade de quem eu sou, ter certeza das minhas habilidades, daquilo que sou bom, daquilo que posso ser admirado por, tudo isso resume-se em uma construção de mim mesmo que agora deve tomar lugar para outro tipo de atitude. Esse comportamento é resultado de um esforço para ser algo que ainda não sou, mas serei um dia, ao invés de abraçar aquilo que sou agora, e deixar o campo aberto para aquilo que serei um dia.
É doloroso pensar assim, é doloroso abandonar condicionamentos. Ver que não adianta forçar. Agora deixo as coisas acontecerem, aceito a sabedoria do meu organismo. Existem sim mecanismos de defesa, existem defesas de todo os tipos. Porém, chegou a consciência o fato que não adianta. Que a busca por certezas acaba sem certeza alguma, o jogo das incertezas faz parte da vida. Me proponho agora seguir com essa compreensão.
Obs: Essa publicação é de 11 de Fevereiro.
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