Volto para escrever algumas reflexões que tive essa semana. Primeiramente, penso como será o futuro desse blog. Gostaria de continuar com o costume de postar aqui, só que tenho que mudar de estratégia, pois também quero abrir outro blog, agora para postar coisas relacionadas à profissão e a psicologia.
Penso sobre algumas coisas que estão aparecendo em minha vida, o que elas significam de fato. Algumas coisas pareceram ficar mais claras, porém ainda que outras permanecem obscuras, sem uma resposta pronta e satisfatória para entender todo quadro de minha vida. Acredito que possa essa reflexão talvez a mais importante que tenho agora: a incerteza das coisas.
Não advogo da ideia de que os elementos da minha vida são puras peças soltas que eventualmente podem se encaixar por acaso, mas também não arrisco numa crença irrestrita que todos esses elementos tem um porquê por trás sempre e que tenho que descobrir esses motivos secretos. Me coloco num lugar intermediário, apenas acreditando que os paços que dou na vida me levaram a algum lugar, que desconheço.
Algumas experiências me levaram a entender a imperfeição das coisas, onde nem tudo precisa fazer sentido imediato, que não preciso fincar minhas raízes na causalidade dos fatos mas também na inconstância das coisas e que posso aprender com isso. Sempre há o medo do erro, de falhar, de fracassar. Não me desapego totalmente desse sentimento. Da mesma forma que não me apoio totalmente num lugar só, numa única concepção, pois assim não possibilitaria o movimento, a abertura de possibilidades. Me contentaria com o conhecido, assim não cresceria, não aprenderia com o que há para além de mim.
Hoje li em um livro sobre a obra junguiana, mas especificamente sobre sua ideia de alteridade. Me senti muito alinhado com as ideias fenomenológicas, só que, percebo algumas distinções. Em Jung há a crença na capacidade da psique se projetar no futuro, em busca de uma meta, como se os aspectos da psique estão sempre em busca de uma conclusão, de uma solução. Acredito que isso é muito parecido com o pensamento gestáltico. Porém percebo que em Jung há talvez a crença em algo pré-definido pela psique, a passo que no gestaltismo talvez não haja essa meta pré-estabelecida, o self aqui é um agente que se abre pro futuro em sua multiplicidade, talvez na concepção de psique junguiana talvez haja um roteiro que está guardado no inconsciente, que é revelado a cada passo dado. Outro ponto que chamou minha atenção em especial foi a ideia de alteridade. A psique não pode se resumir a ela mesma, ela precisa incluir os outros para se fazer valer. Porém, o sujeito deve também ter uma compreensão de quem ele é para poder entrar em contato com os outros, fazendo aí uma troca. Na GT vejo algo parecido, porém vejo pouca referência (ou quase nenhuma) a uma fonte interna que irá nortear as ações.
Para concluir percebo que agora é um momento muito inusitado, estou deixando as coisas aconteceram, sem que necessariamente esteja livre de qualquer ansiedade, porém, me percebo vivenciando as coisas sem um ter quê alguma coisa. Percebo que se eu tento simular algo, buscar ter controle sobre a situação, passar uma imagem mais interessante de mim mesmo, as fraturas sempre vão tomar conta. Agora me desnudo mais para o outro sem buscar esconder de fato quem eu sou, isso me faz ser mais resiliente. É um ato de coragem, pois não se sabe do que se vai ganhar com isso. Mas a vantagem em está na serenidade diante do desconhecido, não tenho como controlar os diversos fatores e também não posso controlar a opinião dos outros sobre mim. Outro grande peso está no receio de chegar a uma barreira, onde sinto que não posso transpor. Antes juntava uma grande energia para obter algo, mas sempre saía prejudicado nessa equação. Agora tenho que enfrentar a verdade crua da vida, e tentar ir de encontro em relação a ela.