sexta-feira, 5 de maio de 2023

Reflexões

     Voltando a escrever aqui. Estava a um tempo querendo atualizar o blog, porém não tive disposição. Acho que agora tenho suficiente coisas para serem relatadas. Não pretendo falar sobre tudo que aconteceu esses últimos dias. Mas gostaria de colocar certas questões que vem ocupando minha mente.

    Acredito que houveram mudanças significativas em meu comportamento, enxergo as coisas de forma radicalmente diferente. Demorou um bom tempo, umas 3 semanas, para que eu entenda melhor essa fase. Fui até o fundo, mesmo sem perceber totalmente. Vivenciei todo tipo de emoção. Como se tivesse entrado num túnel e só agora estou encontrando a saída. Acho que o que li agora de manhã no Eu e o Inconsciente ilustra muito bem isso. Havia uma parte de mim que dependia muito da visão dos outros. Jung chama isso de persona. Eu não estava totalmente consciente disso, o quão dependia disso. Mais especificamente, acredito que houve uma projeção em uma pessoa de minha anima. Ela era como um espelho para mim, que me ajudava a me enxergar melhor. Mas com o tempo percebi que dependia muito da forma como ela me enxergava e isso acabou me escravizando. Acreditei que podia lidar com isso até acontecer o que aconteceu.

    Agora, estou passando por esse processo onde Jung relata no livro, como se eu tivesse me desapegado de minha persona, e agora estou me voltando para o Si mesmo. Cada vez mais me enxergo numa totalidade, abraço mais os diversos pontos de mim mesmo e não tento centralizar isso tudo num único aspecto. Acho que me enxergo de forma mais desnuda, sem alguém para julgar quem eu sou, posso ser independente. Refleti um pouco também que estou me abrindo para outras pessoas. Começando pelo menos. Esses dias me senti muito fechado. Agora estou mais aberto. Porém, com a consciência que não preciso me apegar a algo. Não preciso ter que advinhar o futuro, o futuro cuidará dele mesmo. Busco ser mais presente e aceitar essa realidade em que vivo. 

    Ás vezes acredito ter compreendido tudo. Mas cada vez fica claro que é um processo contínuo. Talvez eu seja esse nomade eternamente. Não posso escolher uma casa para ficar, tenho que estar em movimento, sempre. Isso quer dizer que sempre estarei nesse caminho, mudando de rota constantemente. Isso me faz querer relaxar mais, não tentar levar tudo tão a sério. Posso ver a vida com mais leveza. Isso, não para os outros ou até para mim mesmo. Não é uma insígnia para mostrar para o mundo, mas uma conquista de anos. Talvez não tenha mais medo de me machucar, eu sei que vou me machucar, mas cada vez mais estou mais alerta, mais inteligente, mais maduro e é isso o que se trata. Consigo agora enxergar que terei companheiros de viagem, que ás vezes nos vamos se perder, ás vezes se encontrar ou terei novas companhias. Agora, a única coisas que parece fazer sentido é seguir em frente e aprender com as experiências.

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