quinta-feira, 27 de julho de 2023

Lidando com conteúdos inconscientes

  Estou percebendo algumas coisas novas em mim. Penso em postar isso no CATM, não sei ao certo. Lendo Jung, consigo entender a natureza dos acontecimentos. De fato existe uma representação interna de algo, que no começo tive muita dificuldade de entender.

 Percebo que a forma como eu lido com essas coisas é através de uma interpretação dessas mesmas coisas. Me sentia atacado pelas pessoas quando isso era apontado. Não consigo enxergar que eu teria que abrir mão completamente da minha capacidade de julgar as coisas. De certa forma existiu uma necessidade de proteger isso, uma necessidade de preservação, e agora vejo que essa necessidade é muito mais profunda que eu imaginei.

  Eu percebi isso desde da viagem de João Pessoa. Antes de viagem tinha uma busca obsessiva para entender as coisas que me fazem feliz. Por um momento perdi isso de vista e foi uma sensação desagradável. Demorou para perceber que esse processo era mais profundo que eu imaginei.

  Para resumir, venho percebendo uma sensação muito profunda de estranheza. Com isso outras sensações seguiram, sentimento de vazio, falta de sentido, minha dificuldade de compreensão em relação as coisas. Agora, a partir de Jung, entendo que todo esse sentimento de perda, está na raiz do meu intelecto. 

  Talvez desconsiderei que o processo poderia ser levado sem primazia do intelecto, havia algo além dele. Houve então o afrouxamento de minha consciência, e vários conteúdos vieram a tona a partir disso. O sentimento de descontrole, o medo do futuro, foram consequências disso. Coisas que achei que tinha superado, voltaram de novo para a superfície e me fizeram me sentir o peso que sentia anteriormente. Daí o sentimento de auto-estima baixa, de me sentir caótico, fora do padrão do mundo, inadptado, etc.

  Me pergunto se essa integração desse conteúdo pode me trazer benefícios. Acredito que sim, pois vejo que tento interpretar tudo que passa em minha vida. Há sempre algo que a interpretação não alcança e que não consegue dar sentido. Sinto essa frustração como algo que me tira das certezas e me faz confrontar com o inexorável da vida. Não é um movimento fácil, mas necessário. Lidar com a estranheza tem outro aspecto agora, é aprender a ampliar meus horizontes e lidar com algo inteiramente novo.

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