quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Reflexões de início de ano

          Agora começamos o ano 2021. Até agora aconteceu meu aniversário, a consulta para Revolução do Ano(que pretendo postar aqui), e a viagem para Tamandaré. Gostaria de focar na viagem pois tive muito bons insights que iluminaram essa passagem. 

       Desde o primeiro dia senti uma energia diferente quando cheguei lá. Senti nos primeiros dias algo que é muito parecido com as outras viagens que geralmente faço (e acredito que esse sentimento me acompanhou também durante o resto da viagem), porém antes mesmo de viajar fui sabendo que não teria expectativa de ser uma grande viagem. A tsunami das últimas viagens já se dissipou, e pude ficar muito mais tranquilo. E ajudou bastante estar num lugar que não exigia muito, que tinha uma atmosfera muito tranquila, perto da praia, temperatura agradável. A ansiedade estava presente ainda, sentia sempre que tinha que utilizar a aquele tempo de alguma forma, ou lendo livros ou fazendo algo no computador. Fiz o esforço de não me forçar a me ocupar com algo, percebia o quanto estar lá já era um ganho, só a sensação de estar lá era o suficiente. Mas eu consigo enumerar alguma coisas que não estavam dando certo para mim que acredito ter uma dificuldade. Além da ansiedade também senti tédio, o lugar tinha outro ritmo e antes de ir para lá estava num ritmo muito acelerado, mal consegui apreciar a lentidão das coisas. O convívio longo com pessoas mais velhas que eu, mal consegui ter uma conversa entusiasmante e também estar o tempo todo junto a pessoas, daí percebo o quanto aprecio estar sozinho.

      Fora isso, quando voltei senti que tive grandes ganhos com essa viagem. Voltei muito mais tranquilo, sensação de estar muito mais leve, podia sentir as coisas com mais sintonia. Até agora sinto as coisas de maneira diferente. Essa viagem também foi útil para enxergar minha família de outra maneira, me enxergar de outra maneira também. Houve momentos em que compreendi minhas tendências, consegui perceber o quanto estava me cobrando e que poderia ver a vida a partir de uma perspectiva mais tranquila, aproveitando o fluxo das coisas. Fiz toda manhã praticamente Qi Qong, isso me ajudou muito, percebi logo que precisava fazer algum tipo de atividade física. 

       Começar o ano dessa maneira foi muito importante e me fez acreditar que haveria possibilidade desse ano ser um ano positivo. Logo no primeiro dia do ano fiz o Qi Qong e fui para a praia tomar banho. Nesse momento tive uma epifania. Foi bem difícil porque é algo que não acontece muito comumente. Senti o quanto precisava me doar para o mundo, incluir o outro em minha vida. Durante esse momento todo estava muito voltado a mim, e quase sempre tento me esconder do outro. Nesse momento chegou até a necessidade de enxergar o outro também, não só olhar minhas necessidades, mas o papel de qualquer pessoa em minha vida. 

      Esses momentos em que consegui enxergar certas coisas de forma mais lúcida me ajudaram a ter uma visão mais concreta sobre mim, sobre minha ação no mundo. Claro que fazem parte de um processo. Mas para mim o fato de que fizeram parte do momento de transição para um novo ano, teve uma carga de significado muito forte. 

     Muitas vezes tentava me enxergar no futuro tendo uma casa no interior, ouvindo música, fazendo jardinagem, tendo uma coleção de discos e livros. Foi uma visão interessante. Que também me angustiou um pouco por não saber ao certo se teria dinheiro para isso ou se suportaria essa vida, me senti dividido. Houveram conflitos também, situações que testaram meu senso de confiança. Acredito que consegui passar por eles, mas sim com dificuldades.

     Não sei agora o que pensar do ano que virá. Essa viagem me fez buscar mais paciência e fé. Muitas vezes duvido, emperro, não deixo as coisas fluirem por não acreditar, por achar que tudo está condenado. Mas ao meu ver essa viagem teve um sentido, e busco respeitar isso. Confiar, ao invés de só crer, como diria Allan Watts. Confiar talvez seja a palavra. Olhar para os acontecimentos e confiar neles, confiar no processo das coisas, saber que eles têm sentido.



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