quinta-feira, 20 de maio de 2021

                 Hoje pensei um pouco qual seria a temática do post de hoje, não me veio muita coisa. Me veio algumas reflexões, então ficaria ainda no mesmo formato que antes. Senti a necessidade de me questionar sobre o atual momento, não sei ao certo se obterei respostas satisfatórias, mas gostaria de me colocar nessa posição, até para entender melhor como ocupo esse espaço do blog.

                 Existe uma sensação de vazio aparente, a situação política não muda, minha vida social e profissional muda muito pouco. Busco não ir pela via do desespero, mas também não consigo muitas vezes ver sentido, pelo menos não consigo enxergar algo de especial nesse momento, alguma coisa que possa sentir entusiasmado. 

                    A busca por menos auto-exigência deu lugar a um vazio de propósito. Não sei se isso é totalmente verdade, acredito que exista propósito, mas nesse momento é como se tudo isso ficasse opaco, não sei ao certo o que está por trás dessa nuvem que seja chama pandemia. Com isso preciso me inventar, me por de pé.

                        Com as leituras ligadas a Gestalt-terapia e fenomenologia me percebo muito ligado as coisas do mundo ao invés das coisas que estão mais profundas em mim mesmo. Consigo fazer uma comparação dos prós e contras disso. A necessidade de se aprofundar constantemente desgasta, torna uma obsessão, criando um esforço desnecessário, dando muito sentido a algo que não precisa ter. Acredito que uma abordagem mais voltadas as coisas me ajuda a ter uma visão mais "pé no chão". Consigo ver as coisa de maneira menos apaixonada. Porém limita a significado e facilmente me torna pouco apaixonado pelas coisas, eu acabo investindo menos por não ver um especial sentido que aquilo contém. Tirar a significação intrínseca das coisas cria esse efeito de não importância, como se a coisa não fosse capaz de me impressionar nem para o bem nem para o mal. Então se tem por um lado um desapego sobre as coisas, porém por outro uma falta de paixão, uma falta de Tesão. Diria que Reich talvez fosse alguém que foi capaz de solucionar esse problema, porém esse não é o momento. 

                            Talvez possa acreditar que tudo isso não passa de uma fase passageira, que verei uma nova realidade depois. Creio que sim, que não seja por acaso que a humanidade esteja vivendo isso. Quero poder enxergar a possibilidade da humanidade se reinventar, mudar seu curso, para algo novo. Não repetir os mesmo erros, poder ser criativa, enxergar o potencial que tem.

                               Me sinto solitário, tanto no âmbito pessoal, como no âmbito social. Não me sinto capaz de fazer mudanças, pelo menos num campo macro. Isso às vezes me angustia, como se não houvesse saída, todas as cartas já foram jogadas. Tudo está me apontando para esse caminho que estou agora, sem distrações, sem investir em projetos diversos, foco numa só coisa. Não dispersar energia com coisas fora do centro, manter minha atenção no centro. Decepções, frustrações, medos, etc. Sentimentos e afetos diversos não podem ser suficientes para tirar do meu caminho.


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