quinta-feira, 13 de maio de 2021

Viagem para Gravatá

  


                          Esse fim de semana fui para Gravatá. Foi uma grande realização para mim, ir com meus amigos (Thamiris e Marcos) para lá. Acredito que essas coisas não acontecem por acaso, sentia que havia uma energia que me impulsionava para esse lugar, para realizar isso, mesmo com todos os percalços. 

                          Houve o momento antes, agora e depois da viagem. O momento anterior foi justamente de lidar com as ansiedades, com a probabilidade de não acontecer, também os planejamentos e etc. Houveram muitas mudanças durante esse processo. A ideia inicial era fazer essa viagem com Marcos , apenas, como um teste, acabou que no final chamamos Thamiris também. Escolhi as cervejas, fizemos uma playlist. Queria inclusive que fosse o meu momento para ouvir minhas músicas. No final tudo deu certo, no dia da sexta-feira, 7 de Maio, estávamos seguindo para Gravatá.

                        Foi uma conquista única na minha vida, nunca consegui usufruir dessa casa dessa maneira. Havia um ambiente de liberdade, de total despojamento. Necessitava disso a tanto tempo, e só agora consegui. Essa liberdade inclusive foi estranha para mim, nunca estava acostumado. Me ver ali, com pessoas da minha idade, desfrutando de tudo, da maneira que queríamos, era de fato algo inédito. Tive dificuldade de assimilar isso. 

                             Antes mesmo da viagem sentia que ela iria me mudar, mas não saberia como. Agora penso que de fato ela me mudou, porém não sei até que ponto. Enquanto estava lá percebi novas facetas minhas, novas realidades, novas possibilidades, até então não exploradas.  Foi uma aprendizagem, percebi que não precisava mais de uma série vícios meus. Aquele momento me permitiu ser leve, acreditar na vida, acreditar nas pessoas que estavam ao meu lado.

                                 Havia ansiedade, haviam dúvidas, haviam várias coisas. Porém a totalidade do evento me mostrou as potencialidades presentes em minha vida. Como a primeira viagem do ano mudou minha cabeça, agora essa viagem tem a mesma importância. Agora estou andando com meus próprios pés. O primeiro contato com a casa foi algo mágico, senti como se estivesse de novo naquele lugar quando criança, só que não havia censura mais, podia pular, gritar, estava com meus amigos. Também havia o contato com a natureza, o silêncio, a paisagem me indica como deveria vivenciar aquele momento, era como se o universo me dissesse que estava tudo bem, que aquele momento podia descansar, podia deixar todo peso para trás. Ali me sentia acolhido.

                                Agora, o pós-viagem também trouxe seu peso. Uma sensação de luto, de volta ao vazio. Volto para minha realidade isolada socialmente. Aceito essa condição. Mas existe uma ânsia da próxima, quando vou me sentir ou experienciar a mesma coisa da última vez. Busco ter paciência, esperar, perceber o que vem até mim. Foi bom enquanto durou, não tento lutar contra o fim. Porém o vazio que vem com o fim deixa um incomodo, e agora? Bem, talvez andar continuar a andar com as próprias pernas, não buscar depender de ninguém. Enxergo que a busca pela aprovação alheia é na verdade uma dependência da opinião do outro. Não se aprender a arriscar sozinho, preciso da opinião de alguém alheio para decidir se o que estou fazendo é bom ou ruim.

                                

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