quinta-feira, 10 de junho de 2021

                  Reflito sobre algumas questões para escrever aqui, não tenho algo pronto, porém existem sempre coisas para serem relatadas. Estou prosseguindo com o pensamento sobre esse mês. Agora entro em outro momento do ano, volto para minha solidão, volto para a realidade de estar isolado socialmente. O que isso significa?

                  Talvez essa reflexão emerge de outra forma. No mês de Março e Abril surgiu esse pensamento como algo angustiador, como um sensação de infinito pesar, eu não ia conseguir sair da prisão que estar isolado. Havia um conflito entre a necessidade de aceitar a atual situação e outra de querer viver a vida lá fora. Maio foi o mês que me permitiu isso, só que o resultado não foi exatamente da maneira esperada.

                   A primeira semana de Junho fora caótica, antes mesmo do mês acontecer estava aceitando o fato de que passaria o mês sozinho. Porém, não saberia que outras coisas iriam acontecer ao lado disso, haveria conflitos. Depois de muita briga interna, veio a solução, a paz. Porém, de novo, como no início do ano, essa paz não é total, sempre a possibilidade de um nova guerra se instalar.

                   Posso dizer que o que estou sentindo agora é muito parecido com que senti quando voltei da viagem de Tamandaré. Uma sensação de desolação, ao invés de tranquilidade. Posso dizer por um lado que estou mais tranquilo, mas ainda há esse sentimento de tensão. Não sei ao certo se está associado ao que senti quando voltei de viagem, uma sensação de vazio, sinto também vazio, mas um vazio no sentido de perda. E esse sentimento de perda está ligado as possibilidades de realizar algo, que acabou não sendo possível. A possível união dos Enamorados se desmanchou, agora estou sozinho de novo.

                  Nesse vazio encaro o abismo das inúmeras possibilidades que o futuro me aguarda. Como me angustia isso! Agora numa perspectiva diferente, não mais pensando na impossibilidade de me sustentar materialmente, porém haver um sustento emocional. A pouco senti o quanto a um peso em minha volta, como uma pressão de algo que não é meu, que introjetei em mim, não sei de onde.

                Agora, me questiono como me livrar de tais coisas, como identificar o problema e saná-lo. Meu antigo acupunturista me falou sobre a necessidade de exercitar o corpo e meditar. De novo enxerguei nisso um remédio e não uma prevenção, meditei e exercitei como se no final estaria 100% livre de meus medos e conflitos, talvez não fora bem assim. Acredito que foi de muita ajuda o conselho de Aurélio, porém preciso andar com minhas próprias pernas. Esse é meu processo de individuação, preciso pegar ele em minhas mãos, mesmo que eu tropece, mesmo que eu erre.

                 Agora me dou por satisfeito, não finalizei essa reflexão, acredito que continuarei com essas questões me incomodando, tento ter paciência, tenho até o final do mês para ver se me sinto melhor. Espero que a partir de agora posso ter mais cuidado comigo mesmo, saiba me ouvir mais, tem uma voz em mim que quer falar, agora só preciso ter ouvidos para ela.

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