quinta-feira, 30 de março de 2023

X.Fortuna - Tuche - Fortune (10) - Domina Casus - Senhora da Mudança - Naipe: Pentáculo - Elemento: Terra

                                                   

 

Motto: Fortune rota volvitur  (A Roda da Fortuna roda)

Divindades: Tyche, Fortuna; Rha.

Dados: 1+1+6 = 1st Igdoad + Virtude + Quarta (Fogo)

Letra Grega: Kappa

Kuklos = roda, Kairos = oportunidade, circunstâncias, sucesso, tempo crítico, lugar, etc. Kurbenetes = Tesoureiro.

Descrição

      A Fortuna está no centro da roda, com quatro figuras ao seu redor (Pontos cardeais). Cada figura é nomeada com uma faixa. Fortuna: "In altum tollor" (Eu sou criado no alto). Topo: "Nimis exaltatus" (Exaltado demasiado). Esquerdade: "Descendo minoratus" (Eu descendo diminuído). Abaixo: "Fundatus mortificatus" (Totalmente destruído).

      A Fortuna representa o inexorável altos e baixos da fortuna. Aparece quatro figuras na imagem. O da direita é um jovem ágil que ascende com a roda, esse movimento planta a semente do inevitável declínio. Representa a força Yin, em oposição ao I. Mago (Senhor das Mudanças), que a força Yang. Os dois governam o Primeiro Ogdoad, que são os Naipes Primais. (X) Fortuna separa os Naipes Primais, que representam a descida do espírito na matéria, manifestando sucesso no mundo, vindo dos Naipes Universais (XI-XX).

     A roda é o "ponto de partida" da "Involução e geração para "Evolução e regeneração" (Nichols 190-1). É o décade, número da Alta-ordem. Circula em si mesmo e embarca todos os números elementais. A roda compreende a mônada (1) e o eneade (9), do centro até a periferia. Abre uma nova época de integração.

      Para os gregos e romanos todo indivíduo tinha seu próprio Tuche ou Fortuna, um daimon observando seu destino. Esse seria seu "Self escondido", que inconscientemente escolhe seu destino.

       Nimis exaltatus (Exaltado demasiado) lembra o mote da Temperança, Ne quid nimis (Nada demasiado).

        A roda simboliza o Pentáculo. Portanto, simboliza o tempo, destino e a Roda da Vida, é o eterno ciclo de degeneração e regeneração. O seu eixo representa a fonte imutável do fenômeno nos confrontando. Em termos psicológicos é o Self  - a totalidade da psique tanto consciente quanto inconsciente. Assim, o ego  é a projeção da realidade, dando a entender que ela sempre muda. Aqueles que tentam superar o destino, a Roda torna-se em um instrumento de tortura.

     A Roda da Fortuna pode ser também a Roda da Vida e da Morte do Budismo. Representa os 8 estágios da vida: umilta (Humildade), pacienca (paciência), pace (paz), richezza (riqueza), superbia (soberba), impazienza (impaciência) guerra (guerra), poverta (pobreza). As figuras presentes na roda podem representar as quatro estações, sendo a Primevera (Juventude), Verão (Maturidade), Outono (Velhice), Inverno (Morte).

        Cada figura está ligada também a um processo alquímico. A figura da direita representa o Humiditas (Umidade), que é o princípio da fluidez, corresponde ao Mercúrio e Equinócio vernal. É a qualidade da flexibilidade e agilidade que facilita o crescimento e expansão da energia e poder.  No topo, há o Calidus (Quente), que é o princípio da energia e do poder correspondendo com o alquímico Enxofre e o Solstício de Verão. O topo da roda representa o quente, despertando a força do verão e plena maturidade. É o poder do seco, sendo um processo de passagem da flexibilidade do úmido para a rigidez do seco. A esquerda se tem o Siccus (Secura), o poder ou princípio da rigidez e inflexibilidade, corresponde ao Sal e o Equinócio de Outono. Representa o declínio do outono e o rebaixamento da força na velhice. Então, por fim, a figura que está a baixo da roda, que é o Frigidus (Frio) é a falta de poder ou energia que é o Solstício de inverno. Representa a inatividade e a morte do inverno e escuridão da senilidade e morte.

         Com isso, ainda na alquimia, têm-se os quatro processos alquímicos: Nigredo, Albedo, Rubedo e o Adentio. O Nigredo corresponde a figura a baixo da roda, pois representa estruturas que são quebradas, dissolvidas e permitem ser mortificadas. O resultado é a Prima Materia, onde não tem propriedades e não tem energia. Caput Mortum Sol Niger. Passando para a figura da direita representa o Albedo (Enbranquecimento), que é contemplado pelo Mercúrio alquímico, o Espírito da Fluidez. Esse processo representa o aumento da energia das profundezas da parte inferior da roda. Por ser o máximo da flexibilidade, sua cor é o branco, por ser a união de todas as cores. Seu elemento é a Água, sendo Úmido e Frio, sua cor é o verde, sendo a cor da Primavera. O garoto da direita, com barba loura é o começo da próxima fase, o Citrinitas (Amarelamento), que transmuta Prata em Ouro. Seu correspondente alquímico é o Enxofre, o Espírito do Calor. Corresponde ao Topo da Roda, caracterizado pelo Máximo de energia. Representando o amarelo dourado porém também é perda da flexibilidade e crescimento da rigidez. Seu quadrante é Úmido e Quente, que é o elementoAr, associado com a cor azul. O Rei é vestido em azul e dourado. São as cores do Verão. A barba do rei é marrom avermelhado por representar o próximo estágio, o Rubedo (Avermelhamento). Uma forma de hubris. Quando o rei tenta ir além, é punido por Fortuna. O quarto quadrante se chama Adentio, significa queima. É Seco e Quente. Seu elemento é o Fogo, associado ao vermelho e laranja, cores do Outono. Causado pelo elemento Sal, o Espírito da Secura (ou solidificação) que drena a umidade. Sua barba é negra por ser o início da próxima fase, a Nigredo.

         A roda é girada por duas leis: (1) O grau de poder varia diretamente em relação a flexibilidade. (2) O grau de rigidez varia diretamente pelo grau de poder.

      

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