Pensei em fazer um post, que tem um tempo sem ser escrito. Talvez volte a ter uma periodicidade maior, ainda não sei como vou organizar isso. Sinto uma grande satisfação de escrever. Não sei ao certo como escrever pensando em algum objetivo pré-determinado. Talvez temos que fazer coisas que não são confortáveis.
Tive alguns insights agora, que gostaria de elaborar melhor. Escrevi um pouco no diário e no Obsidian. Agora, sei que preciso aprofundar mais nessa temática e que não fique unicamente na minha mente. Ás vezes venho percebendo certas coisas, que ás vezes não sei ao certo o que significam. Existem momentos de profundo desespero, de raiva e melancolia. Coisas que eu percebo que não consigo lidar, que porém, acabo caindo numa angústia profunda, perdendo a fé em tudo.
Fiquei bastante nesse conflito entre perder a fé completamente ou ainda seguir acreditando em algo. Para mim parecia óbvio que só existiam esses extremos, essa dualidade. Agora, pensei se existiria uma terceira realidade, independente dessas duas. Muitas vezes não acreditava nela, julgando ser impossível, não estava dando crédito a esse pensamento. Bem, de fato é uma realidade cada vez maior em minha vida, que é a via da independência.
Agora vejo a possibilidade de não depender, de não criar expectativas, de não esperar nada dos outros. Isso não quer dizer que isso não possa acontecer, pois sou um ser humano. Mas cada vez mais me parece que estou colocando energia em coisas que não parecem fazer muito sentido. Ao invés de focar mais em mim, nas coisas que almejo alcançar, estou dando atenção a outras pessoas, porque me parece mais fácil e cômodo. Ao invés de trilhar meu caminho do jeito que gostaria, acabo dando importância a companhia de terceiros que muitas vezes são completamente opostos às minhas propostas.
Me pergunto se preciso me importar mesmo com os outros, se eu preciso esperar um afeto, uma ajuda de alguém externo. Cada vez mais isso parece não se concretizar. Cada vez mais me sinto sozinho, cada vez mais me sinto incompreendido. Daí, vem o cansaço, a falta de paciência. De outro lado também vem a sensação de estar incomodando, de estar destoando, de ser equivocado em meus gestos. Tudo isso é um pedido desesperado por atenção, ou ainda pior, por aprovação. Cada vez mais percebo que não preciso de aprovações. Ninguém tem o poder de decidir sobre mim mesmo, sobre o que é certo ou errado em minha vida. Eu tenho direito de escolha, de fazer as coisas que fazem sentido para mim.
É natural que eu me sinta sozinho. Não parece ser o caminho que todos trilham. Parece ser muito fácil para todos seguir as regras da sociedade, em se apoiar no comportamento geral. Nunca me senti confortável com isso, e isso está cada vez mais claro. Ninguém pode tirar isso de mim. A única coisa que tenho é minha autenticidade. Quem eu sou de fato. Nada pode mudar essa realidade, talvez essa seja o meu projeto de vida, o que vim fazer aqui. Acredito que a espiritualidade quer isso de mim, que eu avance no meu próprio caminho, que eu descubra as coisas por conta própria e não dependendo do pensamento do outro, da moral dos outros.
Ontem me sentia extremamente sufocado com tudo isso, mas agora percebo que isso tudo passa, que tudo é impermanente. Aceito essa realidade, busco assumir isso cada vez mais. Sinto uma maior liberdade e leveza diante disso. Não me sinto mais escravizado. Posso estar mais confortável comigo mesmo em qualquer situação.