segunda-feira, 15 de maio de 2023

      Pensei em fazer um post, que tem um tempo sem ser escrito. Talvez volte a ter uma periodicidade maior, ainda não sei como vou organizar isso. Sinto uma grande satisfação de escrever. Não sei ao certo como escrever pensando em algum objetivo pré-determinado. Talvez temos que fazer coisas que não são confortáveis.

   Tive alguns insights agora, que gostaria de elaborar melhor. Escrevi um pouco no diário e no Obsidian. Agora, sei que preciso aprofundar mais nessa temática e que não fique unicamente na minha mente. Ás vezes venho percebendo certas coisas, que ás vezes não sei ao certo o que significam. Existem momentos de profundo desespero, de raiva e melancolia. Coisas que eu percebo que não consigo lidar, que porém, acabo caindo numa angústia profunda, perdendo a fé em tudo.

   Fiquei bastante nesse conflito entre perder a fé completamente ou ainda seguir acreditando em algo. Para mim parecia óbvio que só existiam esses extremos, essa dualidade. Agora, pensei se existiria uma terceira realidade, independente dessas duas. Muitas vezes não acreditava nela, julgando ser impossível, não estava dando crédito a esse pensamento. Bem, de fato é uma realidade cada vez maior em minha vida, que é a via da independência.

  Agora vejo a possibilidade de não depender, de não criar expectativas, de não esperar nada dos outros. Isso não quer dizer que isso não possa acontecer, pois sou um ser humano. Mas cada vez mais me parece que estou colocando energia em coisas que não parecem fazer muito sentido. Ao invés de focar mais em mim, nas coisas que almejo alcançar, estou dando atenção a outras pessoas, porque me parece mais fácil e cômodo. Ao invés de trilhar meu caminho do jeito que gostaria, acabo dando importância a companhia de terceiros que muitas vezes são completamente opostos às minhas propostas.

   Me pergunto se preciso me importar mesmo com os outros, se eu preciso esperar um afeto, uma ajuda de alguém externo. Cada vez mais isso parece não se concretizar. Cada vez mais me sinto sozinho, cada vez mais me sinto incompreendido. Daí, vem o cansaço, a falta de paciência. De outro lado também vem a sensação de estar incomodando, de estar destoando, de ser equivocado em meus gestos. Tudo isso é um pedido desesperado por atenção, ou ainda pior, por aprovação. Cada vez mais percebo que não preciso de aprovações. Ninguém tem o poder de decidir sobre mim mesmo, sobre o que é certo ou errado em minha vida. Eu tenho direito de escolha, de fazer as coisas que fazem sentido para mim.

  É natural que eu me sinta sozinho. Não parece ser o caminho que todos trilham. Parece ser muito fácil para todos seguir as regras da sociedade, em se apoiar no comportamento geral. Nunca me senti confortável com isso, e isso está cada vez mais claro. Ninguém pode tirar isso de mim. A única coisa que tenho é minha autenticidade. Quem eu sou de fato. Nada pode mudar essa realidade, talvez essa seja o meu projeto de vida, o que vim fazer aqui. Acredito que a espiritualidade quer isso de mim, que eu avance no meu próprio caminho, que eu descubra as coisas por conta própria e não dependendo do pensamento do outro, da moral dos outros.

  Ontem me sentia extremamente sufocado com tudo isso, mas agora percebo que isso tudo passa, que tudo é impermanente. Aceito essa realidade, busco assumir isso cada vez mais. Sinto uma maior liberdade e leveza diante disso. Não me sinto mais escravizado. Posso estar mais confortável comigo mesmo em qualquer situação.

 

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Reflexões

     Voltando a escrever aqui. Estava a um tempo querendo atualizar o blog, porém não tive disposição. Acho que agora tenho suficiente coisas para serem relatadas. Não pretendo falar sobre tudo que aconteceu esses últimos dias. Mas gostaria de colocar certas questões que vem ocupando minha mente.

    Acredito que houveram mudanças significativas em meu comportamento, enxergo as coisas de forma radicalmente diferente. Demorou um bom tempo, umas 3 semanas, para que eu entenda melhor essa fase. Fui até o fundo, mesmo sem perceber totalmente. Vivenciei todo tipo de emoção. Como se tivesse entrado num túnel e só agora estou encontrando a saída. Acho que o que li agora de manhã no Eu e o Inconsciente ilustra muito bem isso. Havia uma parte de mim que dependia muito da visão dos outros. Jung chama isso de persona. Eu não estava totalmente consciente disso, o quão dependia disso. Mais especificamente, acredito que houve uma projeção em uma pessoa de minha anima. Ela era como um espelho para mim, que me ajudava a me enxergar melhor. Mas com o tempo percebi que dependia muito da forma como ela me enxergava e isso acabou me escravizando. Acreditei que podia lidar com isso até acontecer o que aconteceu.

    Agora, estou passando por esse processo onde Jung relata no livro, como se eu tivesse me desapegado de minha persona, e agora estou me voltando para o Si mesmo. Cada vez mais me enxergo numa totalidade, abraço mais os diversos pontos de mim mesmo e não tento centralizar isso tudo num único aspecto. Acho que me enxergo de forma mais desnuda, sem alguém para julgar quem eu sou, posso ser independente. Refleti um pouco também que estou me abrindo para outras pessoas. Começando pelo menos. Esses dias me senti muito fechado. Agora estou mais aberto. Porém, com a consciência que não preciso me apegar a algo. Não preciso ter que advinhar o futuro, o futuro cuidará dele mesmo. Busco ser mais presente e aceitar essa realidade em que vivo. 

    Ás vezes acredito ter compreendido tudo. Mas cada vez fica claro que é um processo contínuo. Talvez eu seja esse nomade eternamente. Não posso escolher uma casa para ficar, tenho que estar em movimento, sempre. Isso quer dizer que sempre estarei nesse caminho, mudando de rota constantemente. Isso me faz querer relaxar mais, não tentar levar tudo tão a sério. Posso ver a vida com mais leveza. Isso, não para os outros ou até para mim mesmo. Não é uma insígnia para mostrar para o mundo, mas uma conquista de anos. Talvez não tenha mais medo de me machucar, eu sei que vou me machucar, mas cada vez mais estou mais alerta, mais inteligente, mais maduro e é isso o que se trata. Consigo agora enxergar que terei companheiros de viagem, que ás vezes nos vamos se perder, ás vezes se encontrar ou terei novas companhias. Agora, a única coisas que parece fazer sentido é seguir em frente e aprender com as experiências.

Entrevista para genograma de minha família

             Ontem, fiz uma entrevista com minha prima para fazer meu genograma. Deveria ter feito isso já um tempo, mas acredito que foi p...