segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Desapego

            Ontem vi um vídeo que me despertou para uma reflexão. Falava sobre práticas meditativas, onde o sujeito fica um tempo encarando uma parede por um longo período de tempo, assim se daria conta da sua sombra, de pensamentos incessantes, de sua angústia, etc. Isso me fez refletir sobre meu atual estado.

           Venho tendo muitas preocupações, com coisas que poderia dar uma maior leveza. Tenho muita dificuldade de deixar as coisas passarem, de não me apegar tanto ao passado e ao futuro. Daí vem essa questão do apego. Geralmente penso o apego como algo meramente material e o oposto ligado a uma questão espiritual, que vai além do campo material. Mas logo percebi que essa questão é muito mais ampla. O apego está em tudo, está em nosso comportamento cotidiano, em nossos desejos, medos e necessidades.

          Então, pensei que o desapego talvez não seria uma prática acética, onde simplesmente se supera todas as amarras do mundo e se dedica unicamente a um propósito maior. O desapego fala da humanidade de nossos apegos, fala de nossa percepção mundana, que é a nossa natureza, e que não podemos fugir disso totalmente, pois já estaremos nos apegando a uma outra perspectiva. Sofremos por nos apegar demasiadamente a alguma coisa e esse sofrimento nos ensina novos caminhos. Apesar de que podemos nos apegar ao próprio sofrimento, ruminando pensamentos, ficamos presos a isso.

           Agora me pergunto sobre a possibilidade houver um real desapego. Não sei ao certo se isso seria algo natural, que vem com a maturidade. Acredito que pode ser tanto uma prática quanto algo natural do processo. Passei o fim de semana sofrendo com algumas coisas, com pensamentos de que deveria ter feito uma determinada coisa que eu não fiz. Porém, veio até mim uma perspectiva de uma nova possibilidade, de um outro modo de encarar as coisas. Ainda não sei ao certo se esse pensamento de fato é uma realidade ou uma criação espontânea de minha mente.

         O importante da minha reflexão foi o fato de que existiria uma saída para o apego. O apego seria nada mais que uma percepção da realidade que se volta apenas a seus objetos e que não almeja superá-los. Não tenho ainda a ideia de uma ferramenta específica para praticar esse desapego, mas acredito que só a percepção do é estar apegado me dá uma nova leitura para as coisas. A partir da prática citada no vídeo tive o interesse de buscar uma prática específica, porém me pergunto se seria esse o caminho, se na verdade não estou preparado para me comprometer com uma prática, que talvez isso virá em um outro momento, no futuro.

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