Percebo que as coisas estão mudando. Sinto um certo receio, não sei para onde isso vai. Percebo que pequenas mudanças estão acontecendo, algumas experiências que venho tendo, que me indicam novas realidades. Há o medo de se perder, de chegar a um resultado desfavorável.
Existe algo em mim que luta por permanecer, tento conservar minha identidade, quem acredito que eu seja. Não sei até que ponto isso é saudável. A Gestalt-Terapia acredita que quanto menos Personalidade melhor. Não sei como me inserir nisso. Talvez houve um momento que eu não tinha tanto apego a minha personalidade, mas havia momentos que eu conseguia enxergar algo próprio meu, algo que poderia me aprofundar mais e definir como sendo algo próprio.
Acredito que houve um processo por trás de tudo isso. Desde a pandemia venho criando esse ideal de conforto, criar um espaço, um momento, em que eu poderia estar completamente absorto naquilo que estaria fazendo, totalmente satisfeito. Hoje, penso que há algumas coisas que desafiam essa concepção.
A vida parece estar exigindo de mim uma maior flexibilidade. Adicionar novas perspectivas, ser mais maleável. Isso exige que eu me descentralize, que não busque um ponto central para todas as coisas na minha vida, abraçar o fluxo. Isso é um pouco doloroso, não sei o que vou conseguir com isso na realidade.
A questão da identidade é outro tópico. Busco isso não só nas músicas que escuto, mas no tipo de arte que consumo, nas leituras que tenho. Todas essas coisas eu carrego em mim e forma a maneira que entendo o mundo e a mim mesmo. É difícil às vezes lidar com outras pessoas que não compartilham com esses mesmos interesses, daí me sinto isolado, afastado da realidade geral.
Parei para refletir um pouco. Bem, não consigo chegar a nenhuma conclusão, a única coisa que parece fazer sentido é abraçar o processo, ser humilde em afirmar a minha total ignorância, e que estou aprendendo. De fato não sei o que o futuro me aguarda, então aceito o fato de que não tenho controle sobre tudo.
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