sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Filosofia e Mito - Análise

         Mais um texto lido para a S.F. Gostaria agora mais escrever sobre minhas impressões do texto e da temática, do que transcrever as anotações, ou reproduzir fielmente o texto. Foi uma tema que achei de grande importância, não só para mim, mas também para a sociedade. Precisamos de outras reflexões, de uma diversidade de ponto de vista, também adentrar nos aspectos espirituais e subjetivos da experiência humana.

      Foi importante fazer essa relação entre os aspectos racionais (onde a filosofia se ocupa) e os aspectos irracionais ou inconscientes (terreno da mitologia). Por muito tempo esses dois aspectos foram cindidos da personalidade humana. De um lado luz e do outro lado sombras. 

     A filosofia nasceu com a primeira tentativa do homem superar as limitações impostas pela ignorância. A filosofia se estruturou através do pensamento claro e racional, compreende o mundo como um sistema de leis, onde se encontra a causa para os fenômenos perceptíveis ao ser humano. O texto apresenta quatro elementos básicos da filosofia:

    1- A revolta, a recusa em ficar instalado e satisfeito;

    2 - A lógica, que é o desejo de uma razão coerente.

    3 - O universal, que é a recusa do que é particularmente fechado.

    4 - A aposta, que o gosto pelo encontro e pelo acaso, o engajamento e o risco; desejos estes que se opõem, naturalmente, ao nosso mundo contemporâneo, que não gosta de revolta nem de crítica, que pede para cada um de nós se adapte a ele, desprezando a lógica e a coerência racional, submetido que está a comunicação e às imagens, expostas e ao alcance de todos, nas mais diferentes mídias.

  Esses pontos trazem uma visão que considero muito importante para o pensar, nesse momento reconheço o valor de ter uma criticidade, uma visão mais precisa dos fatos. Só assim pode-se ter uma construção de um pensamento sólido, que consegue chegar a resultados, e entender a realidade de maneira mais satisfatória. 

  Encontro no pensamento filosófica essa potência. Essa capacidade de resolver problemas, de se questionar sobre tudo. Assim, é de fato um olhar revolucionário. Um olhar que permite o progresso, o desenvolvimento das potencialidades humanas. Nos faz imaginar conjuntamente com as ferramentas que a realidade nos dá.

   Por outro lado, existe na construção da civilização ocidental a expulsão desse lado irracional do ser. Tudo aquilo associado às crendices, ao mistérios, aos contos mitológicos que alimentavam nossos antepassados. Toda essa experiência é reprimida, para então se tornar parte do inconsciente da humanidade.

   Então a mitologia revela a parte mais primitiva do ser humano, a parte irracional. Então a constante falta e sentido  que o homem contemporâneo sente é de fato resultado desse desraizamento, desse afastamento de seu passado, de sua herança cultural. Esses mitos aparecem para a psique humana como arquétipos, que unem a experiência individual com a coletiva.

  A aproximação do ser com os símbolos presentes em sua psique faz com que se sinta em uma totalidade, consegue enxergar a partir daquilo que foi mobilizado um sentido próprio da vida, também ao mesmo tempo deve estar aberto para a materialidade do mundo exterior, para o acaso do mundo.

 

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