quinta-feira, 17 de junho de 2021

                   Hoje de manhã tive mais uma consulta do biográfico, não tive o tempo usual que tenho nas sessões, que geralmente vão até 2 horas, mas acho que consegui chegar em algum lugar. Não falamos muito sobre os aspectos do meu biográfico, ela me deixou livre para falar sobre algumas questões. Consigo entender algumas questões da minha vida, porém ás vezes sinto que a abordagem dela é muito enfática às vezes e as minhas reflexões mais profundas acabando sendo limitadas. Porém sinto que estou sendo ajudado.

                 Hoje foi gerado um tópico importante para mim, eu sinto que a ficha ainda não caiu, talvez porque não me pareceu uma surpresa esse tipo de reflexão. A reflexão foi em torno do meu desenvolvimento como pessoa, sobretudo voltado aos meus pensamentos e interesses. Estou chegando a um entendimento mais próximo daquilo que mais me interessa, chegar a um entendimento mais universal das coisas. Porém, eu já sei até onde isso leva. Uma ambição (gula) interminável, uma necessidade heroica de conhecer, encarnando a figura do sábio. Tenho evitado essa busca, ano passado foi marcado por essa índole. Hoje tento tirar o peso dos ideais, e encarar a vida de forma mais sóbria.

                 Com isso me volto a especificar mais e mais minhas leituras de mundo, tentando ser o menos possível dessa atitude apaixonada e desmedida diante do conhecimento. Isso para não assumir o peso que é sonhar demasiado. Ver o mundo como ele é, para ser mais leve. Não quero assumir mais compromissos do que posso aguentar. Essa foi a lição desse ano.

                  Mas e agora? Ontem assisti uma entrevista do Deldebbio, sinto uma ponta de sincronicidade nesse evento. Essa foi uma figura central tantas vezes na minha vida, mas nunca consegui me aprofundar nele. A primeira vez que consegui ver ele ao vivo, compreendendo ele como um todo. De fato, a forma como ele explica as coisas não é mesma da minha. Porém, consegui me enxergar em muita coisa ali. Não senti uma imediata identificação, mas consegui entender muito do que estava sendo dito e como isso alinha na minha vida.

                    A coisa que mais me cativou foi sua explicação da Árvore da Vida em relação a Verdadeira Vontade. Ele explicou isso de forma muito didática, por vezes errática, mas muito fundamental. Ele explica basicamente que todos temos um ofício que buscamos aprimorar. E esse processo segue algumas linhas de ação. Primeiro escolhemos o ofício, expandimos o entendimento sobre esse ofício, distinguimos aquilo que é útil, do que é inútil, para logo mais chegarmos ao topo. Chegando ao topo, ou seja, a maestria, na verdade chegamos só ao começo do caminho. Ele deu vários exemplos disso, mas um dos mais próximos a minha realidade seria chegar a faixa preta em uma arte marcial. 





                   A real realização final desse processo é a volta ao estado de criação, onde todas as coisas são uma coisa só. Então enfatizou que todos nós, até as coisas mais ínfimas no universo obtém um tipo de experiência, vivencial uma parte do universo. Isso me levou a uma visão que raramente tenho, sobre a minha existência nesse universo. Mas entendo que apenas conseguimos chegar ao estado de união com o todo se conseguimos nos unir com nosso propósito, e nos aprimorarmos nele. Algumas vezes podemos superar nosso olhar limitado, transcendendo as fronteiras para olhar para um todo. 

                       Hoje nessa sessão me veio esse pensamento. A pessoa que me acompanha me disse da necessidade atual do setênio que pertenço de expandir para depois se fixar num único aspecto. Não sei ao certo sobre isso. Tentei expandir várias vezes, nunca consegui chegar a uma compreensão de fato disso.

                    ...Fiz uma pausa para refletir isso, de fato cheguei a grandes conclusões, porém muito amplas. Entendi um pouco essa relação entre indivíduo e mundo em relação ao propósito, e chego a um entendimento que isso é um combinação dos dois. Não podemos ser apenas o que o mundo nos exige ser e também não há como as coisas corresponderem nossas expectativas, deve haver um dialogo entre o que nós somos e o mundo. Isso se resume a processo de individuação. Ou seja, encontrar seu lugar no universo e colaborar com sua evolução.

                

quinta-feira, 10 de junho de 2021

                  Reflito sobre algumas questões para escrever aqui, não tenho algo pronto, porém existem sempre coisas para serem relatadas. Estou prosseguindo com o pensamento sobre esse mês. Agora entro em outro momento do ano, volto para minha solidão, volto para a realidade de estar isolado socialmente. O que isso significa?

                  Talvez essa reflexão emerge de outra forma. No mês de Março e Abril surgiu esse pensamento como algo angustiador, como um sensação de infinito pesar, eu não ia conseguir sair da prisão que estar isolado. Havia um conflito entre a necessidade de aceitar a atual situação e outra de querer viver a vida lá fora. Maio foi o mês que me permitiu isso, só que o resultado não foi exatamente da maneira esperada.

                   A primeira semana de Junho fora caótica, antes mesmo do mês acontecer estava aceitando o fato de que passaria o mês sozinho. Porém, não saberia que outras coisas iriam acontecer ao lado disso, haveria conflitos. Depois de muita briga interna, veio a solução, a paz. Porém, de novo, como no início do ano, essa paz não é total, sempre a possibilidade de um nova guerra se instalar.

                   Posso dizer que o que estou sentindo agora é muito parecido com que senti quando voltei da viagem de Tamandaré. Uma sensação de desolação, ao invés de tranquilidade. Posso dizer por um lado que estou mais tranquilo, mas ainda há esse sentimento de tensão. Não sei ao certo se está associado ao que senti quando voltei de viagem, uma sensação de vazio, sinto também vazio, mas um vazio no sentido de perda. E esse sentimento de perda está ligado as possibilidades de realizar algo, que acabou não sendo possível. A possível união dos Enamorados se desmanchou, agora estou sozinho de novo.

                  Nesse vazio encaro o abismo das inúmeras possibilidades que o futuro me aguarda. Como me angustia isso! Agora numa perspectiva diferente, não mais pensando na impossibilidade de me sustentar materialmente, porém haver um sustento emocional. A pouco senti o quanto a um peso em minha volta, como uma pressão de algo que não é meu, que introjetei em mim, não sei de onde.

                Agora, me questiono como me livrar de tais coisas, como identificar o problema e saná-lo. Meu antigo acupunturista me falou sobre a necessidade de exercitar o corpo e meditar. De novo enxerguei nisso um remédio e não uma prevenção, meditei e exercitei como se no final estaria 100% livre de meus medos e conflitos, talvez não fora bem assim. Acredito que foi de muita ajuda o conselho de Aurélio, porém preciso andar com minhas próprias pernas. Esse é meu processo de individuação, preciso pegar ele em minhas mãos, mesmo que eu tropece, mesmo que eu erre.

                 Agora me dou por satisfeito, não finalizei essa reflexão, acredito que continuarei com essas questões me incomodando, tento ter paciência, tenho até o final do mês para ver se me sinto melhor. Espero que a partir de agora posso ter mais cuidado comigo mesmo, saiba me ouvir mais, tem uma voz em mim que quer falar, agora só preciso ter ouvidos para ela.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

                             Bem, não sei ao certo como começar... Me veio a ideia de falar sobre algumas coisas. Talvez sobre o mês passado, mas também penso sobre a sessão de hoje do biográfico. Começou Junho, e sinto que há algo novo no ar, porém algo que me trás dúvidas. Um possibilidade de relacionamento, talvez... Dúvidas sobre o futuro, etc.

                           Talvez para sanar essas dúvidas e questionamento, vem até mim algumas reflexões. Fiz a sessão de terapia na terça sobre essas dúvidas todas em relação aos meus relacionamentos, como me relaciono com as pessoas, etc. Agora, de manhã surgiu um melhor entendimento de mim mesmo. Através da leitura dos 4 temperamentos. Gostaria de fazer uma breve introdução de cada um:

1- Melancólico: Caracterizado por uma personalidade densa, voltado para dentro, tem uma característica pensativa, contemplativo. Tende a ruminação.

2- Fleumático: Pessoa que tende a ver a vida de forma tranquila, tem um senso de paz e conforto, voltado para o bem-estar e os prazeres que o mundo oferece.

3 - Sanguíneo: Tem um temperamento leve e tranquilo, é inconstante, de movimento rápido entre as coisas, mudando de interesses facilmente. Energia voltada para fora, para as relações sociais, pouco aprofundamento em si.

4 - Colérico: Tendência a ser temperamental, sempre ativo, buscando sempre estar a frente dos empreendimentos. Tendência a ser o líder, comandar as pessoas.


                          Nessa explicação toda, senti que me identifica mais com o primeiro. Tendo em vista a experiência do começo da semana me veio a ideia que sou uma pessoa que se volta facilmente para as coisas mais sérias e uma reflexão interior muito intensa. Isso em relação a alguma relações que tenho costumeiramente para mim surge como algo supérfluo para a maioria das pessoas, a intensidade que enxergo a vida para muito pode ser vista como desnecessário, causando desconforto em mim.

                            Consegui entender melhor como equilibrar esse comportamento, sendo menos exigente comigo mesmo, indo atrás de coisas que não necessariamente irão carregar mais peso aos meus pensamentos. A leveza não precisa ser necessariamente fútil e sem valor, pode-se procurar coisas que sejam mais leves que não sejam necessariamente algo que me deixe com a sensação de não estar aproveitando algo ou adicionando a minha visão de mundo.

                            Espero as outras sessões para entender melhor isso, acredito que o que obtive hoje foi necessário para atual compreensão de minha vida. Agora esperar um novo ciclo, uma nova revelação sobre tudo isso.

Reflexões sobre "Cuidando do Cuidador"

      Esse fim-de-semana houve um evento do meu curso chamado "Cuidando do Cuidador". Fiquei um pouco reticente sobre isso, eu ter...