Hoje de manhã tive mais uma consulta do biográfico, não tive o tempo usual que tenho nas sessões, que geralmente vão até 2 horas, mas acho que consegui chegar em algum lugar. Não falamos muito sobre os aspectos do meu biográfico, ela me deixou livre para falar sobre algumas questões. Consigo entender algumas questões da minha vida, porém ás vezes sinto que a abordagem dela é muito enfática às vezes e as minhas reflexões mais profundas acabando sendo limitadas. Porém sinto que estou sendo ajudado.
Hoje foi gerado um tópico importante para mim, eu sinto que a ficha ainda não caiu, talvez porque não me pareceu uma surpresa esse tipo de reflexão. A reflexão foi em torno do meu desenvolvimento como pessoa, sobretudo voltado aos meus pensamentos e interesses. Estou chegando a um entendimento mais próximo daquilo que mais me interessa, chegar a um entendimento mais universal das coisas. Porém, eu já sei até onde isso leva. Uma ambição (gula) interminável, uma necessidade heroica de conhecer, encarnando a figura do sábio. Tenho evitado essa busca, ano passado foi marcado por essa índole. Hoje tento tirar o peso dos ideais, e encarar a vida de forma mais sóbria.
Com isso me volto a especificar mais e mais minhas leituras de mundo, tentando ser o menos possível dessa atitude apaixonada e desmedida diante do conhecimento. Isso para não assumir o peso que é sonhar demasiado. Ver o mundo como ele é, para ser mais leve. Não quero assumir mais compromissos do que posso aguentar. Essa foi a lição desse ano.
Mas e agora? Ontem assisti uma entrevista do Deldebbio, sinto uma ponta de sincronicidade nesse evento. Essa foi uma figura central tantas vezes na minha vida, mas nunca consegui me aprofundar nele. A primeira vez que consegui ver ele ao vivo, compreendendo ele como um todo. De fato, a forma como ele explica as coisas não é mesma da minha. Porém, consegui me enxergar em muita coisa ali. Não senti uma imediata identificação, mas consegui entender muito do que estava sendo dito e como isso alinha na minha vida.
A coisa que mais me cativou foi sua explicação da Árvore da Vida em relação a Verdadeira Vontade. Ele explicou isso de forma muito didática, por vezes errática, mas muito fundamental. Ele explica basicamente que todos temos um ofício que buscamos aprimorar. E esse processo segue algumas linhas de ação. Primeiro escolhemos o ofício, expandimos o entendimento sobre esse ofício, distinguimos aquilo que é útil, do que é inútil, para logo mais chegarmos ao topo. Chegando ao topo, ou seja, a maestria, na verdade chegamos só ao começo do caminho. Ele deu vários exemplos disso, mas um dos mais próximos a minha realidade seria chegar a faixa preta em uma arte marcial.
A real realização final desse processo é a volta ao estado de criação, onde todas as coisas são uma coisa só. Então enfatizou que todos nós, até as coisas mais ínfimas no universo obtém um tipo de experiência, vivencial uma parte do universo. Isso me levou a uma visão que raramente tenho, sobre a minha existência nesse universo. Mas entendo que apenas conseguimos chegar ao estado de união com o todo se conseguimos nos unir com nosso propósito, e nos aprimorarmos nele. Algumas vezes podemos superar nosso olhar limitado, transcendendo as fronteiras para olhar para um todo.
Hoje nessa sessão me veio esse pensamento. A pessoa que me acompanha me disse da necessidade atual do setênio que pertenço de expandir para depois se fixar num único aspecto. Não sei ao certo sobre isso. Tentei expandir várias vezes, nunca consegui chegar a uma compreensão de fato disso.
...Fiz uma pausa para refletir isso, de fato cheguei a grandes conclusões, porém muito amplas. Entendi um pouco essa relação entre indivíduo e mundo em relação ao propósito, e chego a um entendimento que isso é um combinação dos dois. Não podemos ser apenas o que o mundo nos exige ser e também não há como as coisas corresponderem nossas expectativas, deve haver um dialogo entre o que nós somos e o mundo. Isso se resume a processo de individuação. Ou seja, encontrar seu lugar no universo e colaborar com sua evolução.