quinta-feira, 1 de julho de 2021

Reflexões em relação a Psicologia

               Chego agora a essa reflexão que veio até mim desde a semana passada. Comecei a ler um livro chamado  Fases da Vida, de Bernard Lievegoed. É um autor da antroposofia falando sobre aspectos psicológicos do ser humano, me chamou atenção alguns conceitos logo de cara, que deliberadamente se chocam com os conceitos da GT. Gostaria de elaborar algo em cima disso nesse post. 

              Acredito que o fundo desse conflito tem muito a ver com as leituras que venho tendo da GT. essa leitura está sendo muito prazerosa, porém muito frequentemente sinto um desconforto em sua teoria. Desconforto em não encontrar um conceito de interioridade, que consequentemente permite uma leitura espiritual disso. A GT dentre todas as teorias psicológicas é a que permite menos uma leitura espiritual de sua teoria. Apesar da tentativa de pessoas como Claudio Naranjo.

              Isso se dá através de sua base teórica, sendo ela a Fenomenologia.  Essa corrente de pensamento se dedica a entender os fenômenos, a percepção mais imediata e aproximada dos vividos. Assim, a ideia de interioridade é totalmente colocada de lado por criar uma separação entre o interior das coisas e a percepção. da coisa.

             Minha ideia aqui, sobretudo, é de trazer como a GT criou uma compreensão de homem e de mundo a partir dessa perspectiva. A partir disso se criou a teoria do self, para descrever os contatos do organismo-meio. O self não se situa em um lugar em específico, ele não se localiza dentro do sujeito, mas se dá através de uma relação mútua com o mundo. Com isso todas as funções, psicológicas e fisiológicas estão irmanadas com a esfera social. Nisso, pode-se destacar 3 importantes funções: id, ego e personalidade. A primeira função está ligado ao excitamento, algo que surge de experiências passadas para acionar uma ação, ação essa realizada pelo ego, que delibera como ação será feita, e enfim a experiência é finalizada, servindo como fundo para outras vivências futuras.

                Nesse esquema não é possível fazer uma separação concreta entre a vivência do organismo e do meio, pois os dois estão entrelaçados. Essa perspectiva me dá uma sensação que existe uma espécie de virtualidade, onde algo não pode ser entendido completamente em sua essência, as coisas são sempre um produto de acontecimentos, um produzindo o outro, um criando o outro. Dando a ideia que as coisas criam por elas mesmas, sendo geradas por constantes choques.

                Já o esquema apresentado por Lievegoed, trás um outro tipo de compreensão. Ele sim adciona um aspecto espiritual para sua análise. Por coincidência (ou não) encontrei esses conceitos de forma muito próxima ao que foi apresentado na live dessa semana sobre Papus. Somos, segundo ele, divididos por 3 estâncias, um corpo físico, onde se encontra nossos desejos,  o ego, onde se localiza o mundo espiritual, encarnada no pensar e no meio está o corpo astral, ou seja a alma humana, a psique, onde se encontra o sentir.

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                       Essa distinção entre três esferas: uma biológica, uma psicológica e outra espiritual, me causou certa confusão. Estava acostumado em entender as coisas a partir do mundo e agora temos uma compreensão de ser humano apartado do mundo, como sendo um ser distinto e além disso um ser conectado com uma função transcendente, algo que está para além do que é visível, que também age sobre ele.

                     Houve tempos que conseguiria enxergar duas teorias como essas sendo capazes de dialogarem, quando acreditava que podia abarcar uma teoria mais abrangente, mais "holística". Porém essa visão onírica foi substituída por uma perspectivas mais "pé-no-chão". Tenho dificuldade de dar a esses dois pensamentos o direito de compartilhar o mesmo espaço. Espero poder equilibrá-los.

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