Tive o encontro do Communitas hoje, vieram algumas reflexões sobre algumas coisas que gostaria de trazer a tona. Não sei ao certo se seria melhor escrever no Commonplace book ou aqui, mas sinto maior necessidade de escrever aqui.
Esse insight tive agora me remete a diversas coisas que estão me envolvendo ultimamente. Sempre num questionamento constante de que leituras tenho do mundo, como posso compreender os acontecimentos globais e pessoais. Me vem a percepção de onde estou partindo, do que venho estudando o aquilo que gostaria de estudar no futuro. Existe um espaço que é meu, próprio, que muitas vezes busco ou me aprofundar demasiado nele ou tentar fugir dele para outras perspectivas que julgo mais sensatas.
O encontro com Belmino que se deu agora me fez pensar nisso. Vejo em Belmino uma figura de ao mesmo tempo admiração mas também uma tentativa minha de buscar uma “rivalidade” no campo teórico. Antes de entrar no processo do Communitas, via a figura de Belmino mais como alguém a se admirar, gostaria de me aproximar constantemente dele e de seu pensamento, assimilar o máximo de suas reflexões, etc. Porém, de uns tempos para cá vejo um outro comportamento em mim, de contestação. Bem, acredito na verdade que são movimentos que são dão de forma mútua, não sei ao certo quando um começa e outro termina, mas percebo que eles estão lá. Dentro desses dois movimentos consegui enxergar um terceiro. Uma possibilidade de junção dos dois movimentos anteriores. Existe nos encontros uma necessidade de aproximação, de buscar se apropriar ao máximo do que está sendo dito por ele, porém vejo também a óbvia diferença. Existem dois mundos colidindo, duas histórias diversas que se encontram. Nunca conseguirei pensar completamente como ele, sempre existirá esse campo vazio que nos separa, que agora enxergo como um campo criativo.
Posso resumir isso tudo em meu último sonho. Conjuntamente com ele existe uma dúvida constante do lugar que eu me coloco nesse momento, os papéis que venho assumindo. No sonho isso ficou escancarado. Porém, não houve de fato um resultado final de tudo isso. Ainda estou remoendo isso e mais outras coisas. Não sei de fato o que fazer com essas reflexões, com esses questionamentos. Almejo levar isso para Belmino na próxima supervisão. Imagino como será a resposta dele.
Existe aí um constante questionamento, da necessidade de mudança, ou de ampliar os horizontes. Goodman surgiu como essa figura que quero (como Belmino) tirar o máximo dele, quero entender ele melhor e defender seu pensamento. Consequentemente existe uma outro aspecto, outros pontos de vista que com essa atitude busquei ocultar. No sonho aparecem esses aspectos em primeiro plano. Agora fica de novo o questionamento, preciso mudar de abordagem? Será que devo mudar de posição e com isso mudar a forma como enxergo o mundo adotando outra teoria? Será que estou ocupando meu tempo com uma coisa que na verdade deveria estar me ocupando com outra?
Conjuntamente com isso vem outro ponto, a necessidade de complementaridade. Tentar abarcar todos os ponto, não deixar nenhum ponto vazio, abarcar tudo. Será que esse é a mensagem do sonho? Devo abrir mão das fronteiras e poder ampliar cada vez mais essas fronteiras? Hoje no encontro foi falado sobre o excesso de sentido. Percebo que essa abordagem chega a esse ponto, num excesso de sentido, acredito que a postura anteriora também. O que Belmino fala então é num esvaziamento do sentido. Esse talvez é o ponto em que me encontro, de não saber para onde ir e não saber ao certo se posso ficar no lugar em que estou. Nisso há uma tensão, entre o que poderia ser e o que estou sendo agora. O sonho levantou o problema em tentar ser demasiado fiel a um pensamento, mas será que ela aponta para um novo horizonte? Para a necessidade de uma mudança de posição?
São questão que ficam sem respostas, precisa de uma resposrta? não sei ao certo, espero que talvez Belmino ajude nessa leitura, acredito qeu por enquanto deixo essa questão em aberto. Mas o que penso que foi importante entender hoje seria talvez sair dessas duas posturas que muitas vezes me coloco, ou uma postura de ampliação ou de aprofundamento em um único ponto de vista. O que há entre essas duas posturas? Ainda não sei ao certo e me permito não saber, me permito a entender que outras pessoas (como Belmino) possa ter respostas que eu não tenho e assim posso ser atingido por isso, não preciso ter todas as respostas, entender tudo, de tudo ou de um só tema.