Hoje foi um dia interessante, como a maioria das terças, mas acho que esse dia foi especial. Continuei minha leitura do livro Gestalt-terapia e experiência de campo. Terminei o penúltimo capítulo. Estava lendo sobre mecanismos neuróticos. Nesse momento consegui entender uma série de coisas na teoria e em minha vida. Penso que desde o momento que comecei a me debruçar na teoria da GT, há uma série de coisas que não ficaram claras sobre essa abordagem e que rondam a minha mente desde então. Acredito que quando acabei esse capítulo senti que cheguei numa síntese em relação a isso.
Para além do aspecto teórico, percebi certas tendências minhas com tanta clareza, eu mal consegui acreditar nisso. Eu fiquei me debatendo sobre uma série de questões, e agora em um único momento consegui chegar a um compreensão sobre isso tudo. Tenho tido dificuldade de abrir mão do controle, abrir mão de um ideal, de uma identidade que gostaria de cultivar. As frustrações se acumularam aos montes, não sabia ao certo para onde estava indo. Não que agora eu saiba, mas é como se fosse possível conceber um futuro incerto, conceber a ideia que não preciso de algo para justificar quem eu sou, agora posso vivenciar o que emerge no agora, o que se apresenta como realidade.
O que me chamou particular atenção foi a ideia de que o egotismo é um forma do EU-ISSO, aqui o egótico é aquele que investe no seu ser em detrimento dos outros, ele se afasta do contato com o outro para preservar a sua identidade. Eu consegui me ver nesse aspecto. Levei isso para terapia. Isso ficou muito claro na minha cabeça, como eu uso minhas identificações para controlar o meio, como isso impede minha relação com o outro, o contato com o outro e o novo.
Depois da terapia fui a Jaqueira com essas coisas na cabeça. Com a sensação que revolucionei minha vida mas ao mesmo tempo com a sensação que há muitas coisas a serem tratadas. Tive um sensação de maior intensidade no como me sentia, como se uma grande fronteira entre mim e a realidade tivesse sido removida. Essa sensação parecia ao mesmo tempo libertadora e ao mesmo tempo desconfortável. Ainda sinto o medo do futuro, ou até o medo de ter medo, o medo de reconhecer minhas neuroses.
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