quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Diário #50

                  Hoje voltei a ler o livro do GTD. Acredito que fiz alguns avanços. Consegui fazer o procedimento de esvaziar a caixa de entrada. Apesar que eu não consegui fazer toda. Mas senti que consegui fazer um importante progresso.

                          Hoje não atendi ninguém, nem tive nenhum compromisso em especial. Me senti aliviado por ter a noite livre. Mal saberia que teria supervisão. Eu inventei alguma desculpa para não ir, mesmo sabendo que eu preciso muito de uma supervisão (talvez não dessa).

                           Pela manhã refleti um pouco sobre questões políticas. Talvez inspirado por uma conversa que tive com Leandro. Consegui de certa forma encontrar um síntese das coisas que venho refletindo e estudando. Percebi uma ponte entre pensamentos aparentemente contraditórios. Pela tarde fui a Jaqueira. Antes de ir para o parque, tinha visto um video do Allan Watts que foi extremamente esclarecedor. Ele falou sobre o Yin e o Yang. Duas pólos que são interdependentes. Não tinha pensado como se tudo que nos relacionamos no mundo tem uma natureza dualista. Isso para mim foi de grande importância, pois de repente toda as contradições, toda busca que eu venho tendo, no final é infrutífera.

                            Tento deixar isso mais claro. Lembro de uma conversa com Guilherme. Ele falou para mim que o estado de Samadhi  e o da Nirvana, coexistem. Na realidade vivenciamos sempre eles continuamente. Não é que nesse momento estou vivenciando o Samadhi e depois Nirvana. O fato é que na presente existência pertencemos aos dois estados. Fazendo analogia disso com o que Allan Watts falou me fez compreender as minhas lutas, meus questionamentos, etc.

                            Fui para a Jaqueira e voltei da Jaqueira pensando nisso. Não conseguia me afastar dessa ideia. Consegui compreender também um pouco melhor minha ansiedade. Minhas inseguranças, etc. Sempre sinto que estou numa sensação de desconforto, de não estar a vontade com a vida como é. Como se existisse sempre uma urgência de algo. E acredito que sempre busco o prazer para não estar nesse estado de desconforto. Tento o tempo todo rememorar os momentos que me sentia bem, os momentos que sentia prazer de verdade. O problema é quando não sinto esse prazer, quando me sinto ansioso, tenso, etc. Agora penso se esse conflito todo é minha incapacidade de estar nesses dois estados, como se eu não podusse enxergar caos e ordem como fazendo parte da mesma coisa. Ainda me vejo diferente do outro, como se o outro fosse diferente de mim (isso foi uma das coisas que Guilherme falou).

                              Daí a partir disso tudo, fiz uma relação com o pensamento da Gestalt-Terapia. Como seria um pensamento gestáltico. Daí compreendi que as coisas que geralmente reflito sobre a abordagem engendram um campo muito mais amplo do que eu anteriormente estava conseguindo prever. E vejo que não conseguiria resumir muito bem todo esse pensamento. Porque além de ser um pensamento acredito que está ligado a uma maneira de ser e existir. De alguma forma ou de outra encontro nessa filosofia uma perspectiva de vida, de como vivenciar as coisas no mundo. Da mesma forma que o Budismo e as Filosofias Orientais.

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