terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Diário #61

                  Estou aqui de volta. Bem, talvez na quinta irei escrever o texto sobre a viagem de Gravatá. Agora, eu me sinto um pouco movido por algumas questões que gostaria de focar nesse texto. Cheguei a algumas conclusões importantes sobre meu processo.

                    Depois da terapia estava totalmente desvastado por emoções. Eu sentia que aquela sensação não iria acabar de jeito nenhum e que eu teria que lidar com isso por muito tempo. Tentei me distrair ao chegar na Jaqueira. Ouvi um pouco do podcast que escuto toda semana. Consegui focar em outras coisas. Porém, percebia que estava com um ar pesado. 

                      Voltando para casa parei para pensar um pouco sobre as coisas que vem acontecendo. Pensei num padrão repetitivo em minha vida, como se eu estivesse sempre voltando para uma mesma cena, várias vezes e repetindo as mesmas reações. Tentei buscar ir mais a fundo em relação a isso. No fim consegui chegar a peça que faltava desse quebra-cabeça. Percebi que eu, o tempo todo busquei ter controle sobre a situação, mesmo buscando não ter controle sobre ela. Na realidade, quis não me comprometer, porém, acabei fazendo o oposto do que estava me propondo. Ou seja, existia algo que não queria aceitar sobre mim mesmo e minha história. Como se eu tentasse o tempo todo superar o meu passado e sempre me frustro com isso, porque na verdade não sei o porquê de eu agir como eu ajo, e também de não saber porque sempre obtenho os mesmos resultados.

                        Então cheguei a compreender algo que estava sendo muito difícil de integrar em minha atual experiência. De talvez não atribuir ao acaso tudo que acontece comigo. Talvez compreender que tudo pode ter um sentido e que meu desenvolvimento pode também obedecer um padrão. Porém, esse padrão nunca me é totalmente compreendido. Nunca conseguirei dar conta desse algo que me move e me mobiliza. Aceitar isso por um lado seria aceitar a minha pequenez, mas também a minha potência. A partir disso entendo que não sou um ser vazio, mas um ser de potência, um ser capaz de realizar muitas coisas, mas também de aprender com os próprios erros, aprender com as falhas, com os fracassos.

                    Agora, posso afirmar que a vida segue sendo um mistério, que eu não preciso forçar uma compreensão total dela mesma. Existe algo de desconhecido na vida, algo que nunca conseguiremos revelar completamente, que faz com que ela seja tão fascinante e que nos faça a querer sempre buscar crescer e se desenvolver. Me sinto mais confiante agora em explorar todas essas coisas que viram pela frente, busco confiar mais nos desígnios da vida e poder esperar que as coisas se ordenem por elas mesmas. 

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