sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Viagem a Tamandaré - 10/23

 Voltei de uma viagem agora e sempre tenho reflexões a serem feitas diante disso. Para mim viajar sempre gera novas percepções sobre a realidade e como estou no momento. Nessa viagem em específico entrei em contato com algo novo, diferente, que não está presente na minha forma costumeira de ser, tive então que aprender com isso, me adaptar a uma nova forma.

 A primeira impressão que tive em relação a essa viagem foi de que precisava deixar que as coisas se dessem em seu livre fluxo. Em teoria, parece algo muito mais fácil do que na prática. Eu percebo meus padrões de pensamento, como eu ajo, como eu sinto as coisas. 

 Percebo que minha tendência em geral é voltar para dentro e tentar compreender como eu penso as coisas, assim, me desconecto com que está acontecendo fora e deixo de me relacionar com meu ambiente. Essa viagem me trouxe a ideia que preciso me conectar com as coisas que estão em minha volta.

 De fato não fora algo que eu deliberadamente fiz, como uma ação totalmente consciente, eu simplesmente deveria vivenciar as coisas da maneira que elas apareciam para mim. Existem resistências, existem inseguranças, entre outras formas de interrupção do fluxo. Mas houve a possibilidade de deixar as coisas como elas eram e que eu não precisava fazer algo para tentar "concertar".

  Só agora consegui perceber isso de forma clara. Tudo ficou mais compreensível depois de um tempo. Tudo parece ser assim, por um tempo apena reajo aos acontecimentos, tendo uma perspectiva reduzida do todo. Depois que consigo enxergar a ligação das coisas e ter uma compreensão mais profunda de tudo.

   Ainda há dúvidas e incertezas, não sei se posso me livrar delas, minha percepção agora que sempre teremos uma visão reduzida de tudo, acredito que agora minha conexão com algo maior pode ser mais forte por isso, agora posso compreender de forma mais precisa a importância de uma relação com o divino, para nos guiar em nossas vidas.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Desapego

            Ontem vi um vídeo que me despertou para uma reflexão. Falava sobre práticas meditativas, onde o sujeito fica um tempo encarando uma parede por um longo período de tempo, assim se daria conta da sua sombra, de pensamentos incessantes, de sua angústia, etc. Isso me fez refletir sobre meu atual estado.

           Venho tendo muitas preocupações, com coisas que poderia dar uma maior leveza. Tenho muita dificuldade de deixar as coisas passarem, de não me apegar tanto ao passado e ao futuro. Daí vem essa questão do apego. Geralmente penso o apego como algo meramente material e o oposto ligado a uma questão espiritual, que vai além do campo material. Mas logo percebi que essa questão é muito mais ampla. O apego está em tudo, está em nosso comportamento cotidiano, em nossos desejos, medos e necessidades.

          Então, pensei que o desapego talvez não seria uma prática acética, onde simplesmente se supera todas as amarras do mundo e se dedica unicamente a um propósito maior. O desapego fala da humanidade de nossos apegos, fala de nossa percepção mundana, que é a nossa natureza, e que não podemos fugir disso totalmente, pois já estaremos nos apegando a uma outra perspectiva. Sofremos por nos apegar demasiadamente a alguma coisa e esse sofrimento nos ensina novos caminhos. Apesar de que podemos nos apegar ao próprio sofrimento, ruminando pensamentos, ficamos presos a isso.

           Agora me pergunto sobre a possibilidade houver um real desapego. Não sei ao certo se isso seria algo natural, que vem com a maturidade. Acredito que pode ser tanto uma prática quanto algo natural do processo. Passei o fim de semana sofrendo com algumas coisas, com pensamentos de que deveria ter feito uma determinada coisa que eu não fiz. Porém, veio até mim uma perspectiva de uma nova possibilidade, de um outro modo de encarar as coisas. Ainda não sei ao certo se esse pensamento de fato é uma realidade ou uma criação espontânea de minha mente.

         O importante da minha reflexão foi o fato de que existiria uma saída para o apego. O apego seria nada mais que uma percepção da realidade que se volta apenas a seus objetos e que não almeja superá-los. Não tenho ainda a ideia de uma ferramenta específica para praticar esse desapego, mas acredito que só a percepção do é estar apegado me dá uma nova leitura para as coisas. A partir da prática citada no vídeo tive o interesse de buscar uma prática específica, porém me pergunto se seria esse o caminho, se na verdade não estou preparado para me comprometer com uma prática, que talvez isso virá em um outro momento, no futuro.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

XV. Turris - Purgos - Torre (15,16)

 



Motto: Dant cala incendis lucem (Chama clara trás iluminação)

Divindades: Nenhum, per se, mas: "O caminho de Zeus para Torre de Cronos"; Omphalos Mundi; Sr. Meru.

Dados: 3+6 = Tempo + 6.Geração/ IV.Justiça/ Retorno (Água);

             5+5 = Tempo + 5.Crise (Fogo)

Astragali: 3+6+6 = Tempo + V.Crise

Letra Graga = Omicron

                       Omphalos = umbigo, centro; Oikopedon = ruinas da casa; Olethos = Destruição, ruína.

Trigrama: 

               II: Nome: Tui = O Alegre. Imagem: Lago. O Terceiro Filho. Nordeste do Céu anterior. O Alegra "significa quebrar e destruir, significa deixar cair e estourar" (Shuo Kua CH.3).

Descrição:

   A torre tanto é uma fortaleza quanto uma prisão. Nós nos tornamos presas de nossas próprias defesas. As duas figuras representam o coração e a cabeça (razão e emoção). Presos nos dogmas e defesas, devem voltar a Terra, submergindo na água abismal do inconsciente. 

  Denota um símbolo ambíguo: tanto representa proteção e confinamento; quanto uma fortaleza e uma prisão. Ela então ensina uma lição: as defesas mais invulneráveis se tornam vínculos mais imprisionadores. É ambivalente em seu ser, tanto é feminino e protetivo, em outro, é fálico e inacessível.

  O raio é um símbolo masculino de virilidade. Pode iluminar e destruir. A união entre o Abismo e o Raio, são a divina sustentação para o espírito do povo durante a crise e irá transformar os seres.

   A Torre nos defende do mundo externo. É tanto protetiva e segura, quanto limitante e sufocante. É uma façada, uma máscara, uma persona, uma construção artificial. Assim, somos levados a mostrar nossas lutas internas pela destruição da Torre, já que o raio celestial rompe as façadas para revelar a besta interna, uma erupção do inconsciente.

    É o colapso de valores falsos, de velhas formas, de ideias e velhas estruturas. Vem com um golpe de iluminação, gnose dada pelos deuses, que revela as fraquezas da antiga estrutura.

    A Torre é o Axis Mundi, conecta o céu e a terra, e representa os meios de ascensão celestial, meios de elevação psíquica, mas também imprisionamento. A torre conecta céu e terra, o que está encima e o que está embaixo, os mundo do ser e do vir a ser. 

     As figuras que caem de cabeça para baixo indicam a derrubada das funções cognitivas. Elas estão vestidas por serem prisioneiras do artificial. O homem é vestido de azul, por representar o intelecto, e a mulher em vermelho, que representa a emoção, os dois foram virados de cabeça para baixo pelo raio.

     O retorno para o real é um resultado da confrontação com Pan ((XIV) O Diabo). Ele reside no centro do labirinto, como o Minotauro no labirinto. Reconhecendo o lado sombrio bestial que provoca uma integração necessária para um progresso posterior.

    O valor numérico de KRONOU PURGOS (HO KRONOU PURGO, A Torre de Kronos) = 1633. Reduzindo a 3-3+6-1=5. (XV) A Torre tem o caráter do Pentade, segundo os pitagóricos significa novidade, ruptura e uma nova direção, chamado de "Alteração" e "Nemesis", punidor da hybris.

    O Trunfo XV sinaliza o fim do Trunfo do Tempo, que se manifesta, como Idade (XI), Traição (XII), Morte (XIII), Danação (XIV), Destruição (XV). Ele oblitera o Trunfo da Virtude precedente. Trunfo do Tempo é substituído pelo Trunfo da Eternidade (Trunfos XVI - XXI)

     Como o Primeiro do Pentáculo, o XV.Torre representa o Raio Celestial que destroí a fortaleza do XIV. O Diabo, o Segundo do Pentáculo e também os trunfos XI, XII e XIII, todos que vivem na mesma casa.

    Comentário

    Essa carta me marcou bastante, ela sinaliza um fim de ciclo, que acredito que se abrirá um novo ciclo no futuro. Desde da carta do (XI) Tempo houve uma mudanças de ares, foi um período conturbado, de fortes mudanças, que mal poderia compreender profundamente. Agora eu olho para essa fase dentro de uma outra perspectiva, não posso mais olhar minha vida com os mesmos olhos. Tal carta marcou uma forte ruptura, até tive de dificuldade de manter o estudo do Tarot. Minhas prioridades mudaram, tenho entrado em contato com coisas muito dolorosas, mas acredito que foi uma mudança necessária. Agora estou com expectativas para compreender que nova fase está pela frente e se poderei superar minhas dificuldades atuais.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

O caminho do Mago

     Há um novo começo, um novo horizonte, como posso compreender essa nova realidade? Não existe espaço para grandes elocubrações, a realidade pede um outro tipo de postura. A realidade pede movimento, pede ação. O passo é vacilante, se preocupa se tem um solo firme onde pisar, mas se sabe da necessidade de caminhar.

            Existe segurança no caminho? É preciso encarar o desconhecido, manter-se seguindo em frente. Há um passado que precisa ser deixado para trás e um futuro incerto. O viajante é aquele que se mantém presente. Sente frio na barriga, encarar a realidade não é fácil. Ele se despiu de suas vestes passadas e é desafiado a se desnudar, viver intensamente os elementos, ver com mais clareza o mundo ao seu redor.

            Sua torre foi posta ao chão. Ele volta a terra. Volta ao mais básico e simples do mundo material, agora não há nenhuma estrutura que o proteja do mundo, agora precisa se reinventar. É posto a tarefa da escolha, deve sujar as mãos, se voltar para o material concreto que está a sua frente. Entra em contato com a falha, com as imperfeições, internas e externas. Apenas nessa alquimia que pode-se aperfeiçoar, aprender e crescer.

           Se sente só, desamparado. Deve passar por essa ordália, só assim poderá chegar a alguma conclusão. Isso é a apenas o começo, existe um longo caminho pela frente. De fato, não está completamente só, existe sempre ajuda, porém deverá caminhar com suas próprias pernas. É assim, que acumula experiência e sabedoria, é assim que irá encontro das coisas que necessita, é assim que irá enfrentar novos desafios e aprender com eles.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

 Refleti mais sobre algumas coisas, cheguei a algumas conclusões. Notei algumas coisas sobre minha atual situação, pensei também em relação as cartas que saíram para mim na última vez que as tirei.

 Havia um certo desespero em relação as minhas atitudes passadas, coisas que eu poderia ter feito e não fiz. Isso desencadeia uma sensação de estagnação. Daí pensei em continuar uma leitura de um artigo sobre Deleuze que iniciei ontem. 

 Percebi que precisava continuar meu processo. O insight que tive foi que não havia uma necessidade de abrir mão completamente do meu passado. De fato agora é um recomeço, houve uma ruptura, porém não sei ao certo se essa ruptura significaria um total distanciamento das minhas tendências passadas, também não seria abraçar completamente uma nova tendência. Eu poderia "reciclar" essas coisas passadas e também me aproximar de novas perspectivas, unindo essas duas tendências.

 De fato, percebi que estava num movimento muito introvertido. Como na carta da (XVI) A Torre, estava preso numa estrutura, protegido do mundo. Não percebia que estava preso e investido apenas em minhas ideias e percepções, daí então houve uma ruptura, uma ruptura radical dessa construção. Volto então a realidade daquilo que estava evitando, de repente existe um mundo que tenho que me corresponder. De repente tenho que necessitar do mundo para sobreviver.

 Me pergunto se esse movimento de fato seria uma atitude extremada, não sei ao certo como fazer esse salto, acredito que isso possa ser feito aos poucos. Como na carta do (I) O Mago, vejo uma leitura de  uma figura que serve como guia, aquele que trás a luz a consciência, também aquele que chama para a ação, para a experimentação. Eu vejo essa carta como um chamado e também uma confirmação de que eu não estou só e serei guiado. Essa percepção me levou a voltar a acreditar que tudo tem um sentido, me restaurou a fé nas coisas. Tenho o entendimento que as coisas serão adicionadas ao meu caminhar e que se eu confiar terei meios para continuar tal caminhada. 

   

Entrevista para genograma de minha família

             Ontem, fiz uma entrevista com minha prima para fazer meu genograma. Deveria ter feito isso já um tempo, mas acredito que foi p...