quinta-feira, 3 de outubro de 2024

            Esse fim de semana passado estava de novo em Gravatá, só que agora com a família. Foi importante estar com as familiares junto com minha namorada. Porém, houve momentos difíceis. Estava lidando com minhas emoções, pensamentos, comigo mesmo, com uma pessoa que estou me relacionando e com os familiares. Houve uma série de questões que se apresentaram. Acredito que consegui lidar de forma razoável, busquei sustentar esses conflitos de alguma forma, pelo menos da forma como eu pude.

                De fato não está sendo um momento fácil. Estou passando por uma transformação profunda. Uma transformação dolorosa. Por um lado pude sair do modo como eu era antes, agora existe outra realidade, um outro modo de ser. Estou tentando lidar com os desafios dessa nova fase. Não sei ao certo para onde isso está me levando, também estou tentando não resistir esse processo. Óbvio que existe sempre receio, mas tento acreditar que não é necessário estar receioso.

                  Agora sinto uma certa melancolia. Estranho sentir isso, pois estava percebendo um outro tipo de movimento. Me sentia mais eufórico, mais acelerado. Agora, nesse momento, sinto um esvaziamento. Sei que preciso aceitar isso, mas não é fácil. Existem tantas coisas que estou tentando construir, estou com uma visão mais positiva da vida. Mas daí percebo que existe uma outra face, um outro lado disso tudo. Me apego em minhas convicções, em minhas identidades. Quero construir algo a partir do que já estou adquirindo de conhecimento, de ideias e reflexões. Tenho um mapa que desenhei para seguir. De novo a questão do controle, quero entender cada parte de minha vida. Mas nesse momento só resta a melancolia.

                   O que esse sentimento me diz? Não existe movimento, estou parado. Vivencio o vazio fértil. Faço uma pausa. Percebo esse momento. Existe o silêncio, algo indefinido. Não quero apressar esse processo, talvez ele tenha que se dar sozinho. Devo me refugiar no medo? Respiro um pouco. Escuto o som do vento. Está anoitecendo. Aceito isso que está acontecendo, sem reservas.

                   Estamos tão atolados em nossa realidade que não nos permitimos isso, contemplar. Tento chegar em algum lugar, ter metas, me organizar, deixar tudo bem certinho. Não tenho como evitar minha humanidade, essa existência que acontece agora. Outro vazio...

                      Escuto os sons. De volta ao silêncio. Um barulho distante. Estranho. Almeja escrever mais coisas, elaborar mais coisas, mas agora só resta perceber. Deixar que isso aconteça. Como me sinto agora? Um pouco melhor. Ainda um pouco indefinido. De volta a minha inocência.


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