Agora minhas reflexões se voltam ao mundo dos sonhos. Esses dias venho tendo diversos sonhos, muito vividos e com uma energia distinta. Acredito que são sonhos muito peculiares, não necessariamente em seu conteúdo, mas no seu ímpeto, acredito que posso fazer alguns apontamentos sobre eles.
Alguns aspectos desses sonhos vêm a tona com uma ligação direta com algo que estou experieciando, porém acontecem de maneira muito inusual. Existe uma mescla de perturbação e conquistas que raramente acontecem em meu dia-a-dia. Esses sonhos criam ambientes desconcertantes, um tanto absurdos, porém vivenciando-os no sonho parecem não criar estranheza, parecem ser lugares conhecidos, ou remetem a lugares conhecidos.
Dois deles que me lembre tem partes que remetem muito ao desejo de intimidade, de obter um relacionamento ou apenas de ter um affair. Também nesses dois lugares pareciam se ambientar em ambientes educacionais. Eu também me sinto diferente dentro desses sonhos, como se eu tivesse um papel ativo, ao contrário de outros que me sinto muito mais um observador passivo, do que alguém que pode tomar decisões ou atuar sobre o sonho.
Trazendo então o conteúdo desses sonhos, penso na importância da vida onírica. Reflito sobre os sonhos como guias, como acontecimentos que servem como direcionamento para a vida cotidiana. Li uma parte da Introdução de A Linguagem Esquecida de Erich Fromm para o post, essa parte reflete um pouco do que ando percebendo. O sonho é uma manifestação do desligamento da consciência, onde não se exerce o controle da razão. Esse controle do que faço, do que pretendo fazer no momento, os planejamentos, os projetos, o controle de minhas ações diante da sociedade, etc. Todo esse controle exercido pelo racional é invertido pelo sonho. O sonho desnuda as aparências, criando outro mundo. E venho percebendo a necessidade de incluir esse aspecto em minha vida.
Gostaria de confrontar as ideias desse livro do Fromm com o livro do Medard Boss, chamado Na Noite Passada Sonhei, onde trás uma perspectiva fenomenológica para os sonhos. Gostaria de poder ler os dois, porém meu foco está em outras coisas. Não sei ao certo como ler esses sonhos, com que lente, em relação a que teoria para ter uma leitura satisfatória dos sonhos que venho tendo.
Enfim, continuarei prestando atenção em meus sonhos, tentarei registrá-los e perceber o que eles podem comunicar e se eu achar espaço em minha rotina para ler um dos dois, poderei voltar para colocar meu pensamentos em relação a isso. Por enquanto me sinto satisfeito em levantar esses questionamentos, me lembrar da importância de sonhar e investigar a mensagem que os sonhos trazem.