Decidi não continuar com o mesmo estilo de texto dos últimos posts. Compreendi que agora estou em outro momento. Comecei mais um livro a pouco tempo chamado Narcisismo e Transformação do Caráter, de Nathan Schwarts-Salant. Decidi parar de lê-lo, senti que não era o momento. Houve uma confusão entre a busca por teoria e a busca por auto-conhecimento, senti que não precisava misturar as duas coisas. Estou chegando a algumas conclusões naturalmente a partir do livro da GT.
Havia um certo peso ao tentar ler sobre esses assuntos, em algum momento não conseguiria continuar com esse passo. Senti que precisava deixar o campo livre, deixar que certas coisas se manifestem sem a necessidade me implicar nisso, sei que virá de alguma forma. Percebi que passei minha reflexão em relação ao arquétipo da criança para o entendimento do si-mesmo através do livro, agora posso dizer que me entendo melhor, existe uma sensação de totalidade, porém uma clara incompreensão dessa totalidade, sabendo que há muitas coisas que não tenho conhecimento. Prefiro agora me ater a humilde posição de ignorância, buscar essa sabedoria sem ser o momento certo não me faria bem.
Estou em um momento da vida onde certas coisas emergiram a minha percepção, e busco respeitar isso, mesmo sendo um processo difícil. Ainda me sinto confuso, desconfiado. Porém, sabendo que a cada momento existe algo que me faça compreender melhor o estado em que estou. Mas agora não há controle, é exatamente o oposto, abrir do controle se faz necessário. Mas o ego certamente não permite isso, ele almeja o controle. Não sei como ficar em paz com esse eterno conflito se dando em mim. Muitas vezes busco por uma luz, mas sei que nada será de uma vez. Leva tempo.
Agora busco simplificar um pouco mais, aceitar o ritmo natural das coisas. Sinto uma certa leveza necessária, não posso apressar nada. Desmarquei o biográfico para próxima semana. Preciso de mais tempo para digerir essas coisas todas, sei que não é o momento para a consulta. A última sessão me fez lidar com o aspecto do isolamento que é bastante presente em minha vida até hoje. Foi bastante difícil ter que lidar com isso. Mas eu sei que terá outras coisas para ver e perceber. Então tento deixar acontecer. Também em relação minha terapia. Talvez aquilo que estou conseguindo na terapia não é apenas uma libertação, mas uma compreensão progressiva de minhas questões.
Sinto uma certa leveza, porém também um vazio. Um vazio mais como uma ausência de algo, menos como um sentimento abismal. Porém é também angustiante por não saber sobre o futuro. Quero a segurança que tanto o livro da GT abomina. Não consigo ter fé. Não consigo ter confiança nas coisas que aparecem. Tudo tem uma aparência de guerra, de tensão. Busco tentar olhar as coisas por outra perspectiva, sabendo que as coisas podem se organizar. Porém a ansiedade é constante, fazendo com que eu tenha necessidade de controlar as coisas, de ter certeza do que vai acontecer. E ainda o medo do erro, de não fazer as coisas da maneira certa. Busco entender que nada é por acaso, que estou guiado por forças maiores, que me ajudam e cooperam com meu desenvolvimento.