sexta-feira, 29 de julho de 2022

Diário #13

            Voltando para escrever aqui. Não sei muito o que escrever, estou um pouco fora de "forma". Estou me permitindo relaxar um pouco mais essa semana. Não tive o atendimento que estava marcado para hoje e o consulente não falou nada o porquê ter faltado. Li um pouco do Clínicas Gestálticas, que me gerou boas reflexões. Até pensei que o que li tinha alguma reverberação em relação a viagem que fiz essa semana. Consegui entender um pouco melhor sobre a clínica e a sua prática.

           De tarde fui a Jaqueira. No caminho comecei a pensar na possibilidade de entrar em algum sistema esotérico ou religioso. Sinto necessidade de ter algo que me identifique, que me dê algum senso de estabilidade na vida. Porém, a partir do jogo de runas que fiz ontem, penso que preciso deixar as coisas acontecerem um pouco, sem eu tentar ter controle sobre tudo. Pensei um pouco sobre isso tudo. Sobre não haver uma necessidade de apressar esse processo, de que não há muita necessidade de me categorizar agora. Por ironia do destino comecei a ouvir um podcast do Projeto Mayhem falando sobre a Verdadeira Vontade. Todo o episódio respondia as minhas questões atuais. Só que em adição a isso, houve um certa ansiedade de fazer as coisas que o Deldebbio pedia para fazer. Outra parte do caminho foi refletindo sobre eu tentar ter calma.

          Eu me sinto um pouco ansioso ainda diante de certas coisas. Me sinto frustrado por não conseguir certas coisas, de não obter o prazer que almejo. Em outras questões consegui chegar a uma compreensão melhor das coisas que me fazem feliz. Porém, ainda há um universo de coisas sem resposta, sem conclusão. Sei que essas coisas serão respondidas com o tempo e que não preciso ficar nervoso quanto a isso.

            Agora sinto que tenho mais ferramentas para me ajudar na minha jornada. Posso acionar essas coisas quando precisar de fato. De resto posso curtir um pouco o momento, me permitir mais vivenciar as coisas de forma mais leve e descontraída. Me pergunto como serão esses dias próximos, se aparecerá novas coisas que possam reacender minha esperança na minha vida, por enquanto só espero.

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Viagem a Gravatá II

              Fui novamente a Gravatá. Não atualizei nada do diário para poder escrever um texto resumindo como foi a experiência. Não tenho a intenção de escrever todos os detalhes dessa viagem, agora sinto a necessidade de deixar minha mente vagar um pouco e deixar que as coisas fluam.

              Sinto um sentimento estranho depois de tudo isso. Não é um sentimento de dever cumprido, mas de algo que terminou de uma maneira estranha. De fato não aconteceu nenhum problema objetivo, mas sim uma inabilidade de minha parte diante das coisas. Antes para mim a natureza era como um lar onde poderia descansar minha cabeça e suavizar minhas tensões. Porém o que tenho como resultado é algo que justamente expôs minhas fragilidades, deixando um rastro de caos interno.

              Enfim consegui minha liberdade, tudo era possível ser feito, não haveria nenhuma reprimenda de ninguém. Porém, eu mesmo que me repreendi, eu mesmo que me coloquei numa situação de tensão e conflito. Vivenciando isso era como estar dentro de uma gaiola, não haveria possibilidade nenhuma de sair dela. Só agora, que acabou a viagem que entendi o que faltava ter feito. Precisei vivenciar isso intensamente para entender que muitas vezes eu sou meu pior inimigo.

              Nesse momento é como se eu tivesse caído de um cavalo, a sensação é de vexame e dor, porém, percebo que serviu de aprendizagem, para muitos outros momentos em minha vida. De novo, percebo que não conseguirei mudar tudo de uma hora para outra, mas entender que o que me faltou fora uma determinada coisa que era incapaz de compreender e que agora consigo compreender um pouco melhor, isso me ajuda a ficar menos paranóico.

                Há um série de coisas em minha vida que é um grande mistério. Não sei ao certo quem eu sou e nem qual papel das pessoas em minha vida, etc. Estava pensando antes de sair, que seria infrutífero tentar entender essas coisas, pelo menos de uma maneira apressada. O que está oculto nunca se revelará de maneira tão fácil para mim. Uma coisa que aprendi com o livro que estou lendo é que o primeiro passo para a sabedoria é saber que não se sabe. Percebo agora que esse não saber me angustia, essa dúvida constante sobre o motivo das coisas, é uma busca neurótica por controle. Agora entendo como eu me interrompo, tentando controlar as coisas, tentando buscar uma compreensão que seja agradável para mim. Agora entendo como posso me permitir me entregar mais, sem me preocupar tanto com o resultado, sem ter tanta certeza sobre as coisas.

                Me sinto um pouco cansado. Tenho ainda o medo de que as coisas possam ruir. Entendo talvez até melhor de onde vem esse medo e para que ele serve. Na verdade não permito sentir medo, ou qualquer outro sentimento. Estava ansioso, mas não podia aceitar o fato de estar ansioso. Não podia aceitar outro estado que não o de prazer e júbilo. Tinha que fazer com que as coisas seguissem esse script.

                   Não sei direito no que estou me tornando agora e o que serei amanhã. Há algo que não consigo controlar, há algo para além da minha capacidade de raciocínio. Antes tinha certo ceticismo quanto a isso. Tinha muitas dúvidas sobre minha capacidade de me entregar mais, de correr o risco de assumir a incerteza, de deixar as coisas acontecerem sem ter o meu controle. Não percebia o que estava acontecendo, não conseguia entender porque sempre me sentia infeliz e insatisfeito. Não que eu agora esteja totalmente satisfeito com a minha vida. É que agora é como se eu de fato aceitasse que eu não sei, que eu não tenho consciência de tudo, que talvez não precise.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

III - Imperator - Basileus - Imperador (3,4)

                                                 

 

Motto: 

    Potens Pater conservator orbis (Mighty Father, preserver of the world)

Deities:
Zeus, Jupiter.
Dice:
1+3 = Love+Male (Water); 2+2 = Couple+Male (Fire).
Astragali:
1+3+3 = Love+Ruler+Male.
Greek Letter = Delta:
Dike = justice, judgement, right; Dunastes = ruler, master.
Trigram:
III Name: Ch'ien = the Creative. Image: Heaven, Sky. The Father, associated with strength, creativity, firmness, endurance, purity and the word. South in the Earlier Heaven. 
 
Descrição:
        Representa a ordem e a estabilidade. Representa o triunfo do ser civilizatório sobre a natureza. O Imperador força sua vontade sobre a natureza, ao contrário da Imperatriz, que flui com ela. Simboliza as características masculinas da consciência. É a iluminação solar que demanda claridade. É a fonte da consciência tanto moral quanto espiritual, ao contrário do Alto Sacerdote que é a fonte da intuição moral e espiritual.

          É o chefe do clã. Zeus é considerado o "Pai dos Deuses e dos Mortais". Pater Familias, ou seja, cabeça da família. É o protetor da ordem, ele ordena todas as leis. Tanto no plano físico como moral. Seu keraunos (raio) representa o domínio sobre a Terra. Com ele impõe a justiça. 

         O Imperador é o organizador de leis, representa a consciência e o pensamento racional. É o Logos Paternal, em oposição ao Eros Maternal da Imperatriz. Está associado ao elemento Fogo, combinando o Calor (descriminação) com a qualidade do Seco (forma impositiva). Assim, O Imperador busca que suas decisões tornem realidade. Enquanto A Imperatriz está ligada ao elemento Água, combinando o Frio (união) e Molhado (produção). 

      O Logos Paternal está ligado a imagem arquetípica do Sol fogoso (Alto Sacerdote) enquanto o Logos Maternal está ligado a Lua aguada (Alta Sacerdotisa) . Quando Sol e Lua se unem, sua criança equilibra as quatro qualidades da água fogosa com o fogo aguado (A Temperança). Na alquimia, Zeus é o Rei negro, Umbra Solis (Sombra do Sol), o Solphur Nigrum (Enxofre Negro), todos as amanifestações do escuro, natureza ativa de Saturno, lado masculino de Mercúrio. 

       Um dos símbolos mais relacionados a Zeus e Júpiter, é águia. É uma variante de ouroboros, devora suas asas e penas, simbolizando a ressurreição do Imperador. Está também  associado ao cordeiro, simbolizando a força criativa masculina e intelecto. . Portanto, está ligado ao signo de Áries, que inicia todo novo ano, simbolizando o rejuvenescimento e renovação da energia solar. É associado também com a cor vermelha, simbolizando a natureza fogosa do Imperador. Águia vermelha na alquimia representa a natureza solar do ouro(tintura rubea). Enquanto a Imperatriz representa a Águia Branca, sendo a natureza lunar da prata (tinctura alba). A união do Imperador(Vinho,Vermelho) e a Imperatriz (Água, Branco) resulta na Temperança. Seu trono é feito de Ébano, Marfim e Ouro, representando respectivamente o reino Vegetal, Animal e Mineral. Está localizado no topo da montanha, simbolizando assim a exaltação espiritual, estando aparte dos assuntos ordinários. Está ligado a Tríade, princípio de estabilidade, tranquilidade, quadrado, estrutura sólida.

        


 
 
 

 

terça-feira, 19 de julho de 2022

Diário #11

           Hoje foi um dia mais tranquilo, como geralmente as terças são. Não tive Communitas hoje, também desisti de participar do grupo de Arteterapia, senti que não era um momento em que estava aberto para essa experiência. Me dediquei a estudar Gestalt-terapia. Li o Gestalt-terapia e Experiência de Campo e o começo de Clínicas Gestálticas. Penso em ler os dois simultaneamente. 

         Essa leitura me deu diversos insights. Me sinto cada vez mais confiante em relação a clínica e a diversas perspectivas teóricas. Tenho a impressão que a base de tudo que eu ler no futuro terá uma relação com as leituras que tenho no presente. Agora sinto que posso fazer um resumo decente.

         Pensei um pouco sobre essa leitura e o meu desejo de ler outras coisas no futuro. Percebi uma relação interna entre essas coisas todas, que geralmente tenho dificuldade de perceber. Por um lado ver uma diversidade coisas formando um todo me anima, por outro, me trás uma ideia de ser um pouco pesado ter tantos interesses. Obter tanta informação me preocupa um pouco.

         Logo depois desse momento reflexivo sentei para conversar com minha mãe. Como sempre essas conversas se estendem, mas foi muito necessário trazer a tona tudo que estava dentro de mim. Consegui organizar melhor meu pensamento e entender como me relaciono com um série de coisas. Por um lado também percebo que minha mãe tem maior facilidade de tornar as coisas mais simples, me aterrissa mais. Eu percebo também que a conversa fica muito voltada a mim mesmo e pouco dou espaço para ela. Mas eu entendo também que tenho poucas oportunidades de me expressar dessa forma e que preciso disso para me esvaziar (parcialmente).

            A partir de tudo isso tive a oportunidade de rever uma série de coisas em minha vida. Ter a capacidade de olhar para mim de fora e ser menos auto-punitivo, permitir relaxar um pouco mais. Também isso relacionado as minhas relações no geral. Não me sinto preparado para lidar com o julgamento do outro, ainda estou tentando entender como meus próprios julgamentos em relação a mim. Tem muito tempo ainda para explorar uma diversidade de coisas e tento ter paciência.

            Estou um pouco feliz de ir para Gravatá de novo, agora tendo mais tempo sozinho. Aparentemente não há nada certo se vai ser do jeito que gostaria, infelizmente. Mas percebi que só em pensar em ir pra Gravatá a minha energia muda. Gostaria muito de manter isso em minha vida, ter um lugar como esse para me permitir relaxar e não me preocupar mais com nada. Organizar os pensamentos, aproveitar um pouco a vida, ser mais livre. Infelizmente há coisas para além do meu controle e busco ficar calmo quanto a isso, há sempre outras alternativas e devo saber encontrar elas.

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Diário #10

            Retomando aqui escrita, o tempo está curto, talvez escreverei poucas coisas adicionais ao que escrevi mais cedo. Hoje era o dia da Revisão Semanal, porém acabei não fazendo a revisão, infelizmente. Chegou o livro dos Granzotto, é sempre uma sensação muito boa de receber um livro novo, acredito que esse é de fato minha paixão no momento.

              Um ponto importante foi ter relido algumas páginas do Revolução Luciferiana. Me instigou bastante a pensar uma série de coisas. Me senti mais intenso lendo esse livro, algumas coisas se encaixavam no que estava precisando saber em relação a esse campo do esoterismo. Claro que há certos pontos que não me identifico totalmente. Porém, tento guardar as coisas positivas para me ajudar em outras leituras futuras de coisas que estão relacionadas ao tópico do ocultismo. Ele defende um panteísmo metafísico. Esse termo foi muito interessante para mim. Entender que os deuses de forma geral são de fato manifestações de uma diversidade de coisas no Universo. Que talvez se relacionar com esse nomes não queira dizer necessariamente que estamos nos relacionando diretamente com tais deidades, mas com os arquétipos que elas suscitam.

                 Fui a Jaqueira de tarde. Pelo menos estou conseguindo manter um pouco o exercício físico, só precisa intensificar um pouco mais e comer menos. Estava ouvindo Foro de Teresina. É muito triste perceber que vivo num país tão retrógrado. 

                  Por enquanto é isso. Talvez teria mais coisas para comentar aqui, mas estou sem energia para isso. Vou deixar assim.

Diário #8/#9

                   Vou começar a escrever um pouco sobre esse fim de semana, já que não consegui escrever nada nem no sábado nem no domingo. Estou escrevendo isso às 12:02, para mais tarde só escrever sobre o dia de hoje. Não sei ao certo se vou seguir a risca isso, vamos ver.

                   Esse fim de semana não foi muito movimentado, porém houve muito o que pensar sobre ele. Eu decidi que ficaria em casa pelo menos no sábado, precisa de um tempo comigo mesmo, não queria repetir a mesma coisa da semana passada. Tenho a sensação que preciso me afastar um pouco das pessoas, pelo menos variar um pouco a cada semana. Estar sempre com as mesmas pessoas, tendo os mesmos tipos de experiências tendem a tornar um ciclo vicioso. Preciso encontrar liberdade em minhas relações, que pelo menos elas propiciem uma sensação de que posso ser autêntico nelas. A repetição das mesmas coisas, estar sempre junto das mesmas pessoas pode criar uma tendência de me misturar demais na vida delas e não conseguir me separar disso. 

                      Comecei o sábado desenhando, não foi muito prolífico, mas tomei a iniciativa de desenhar. Ainda sinto que me cobro demais, e de certa forma desenhar alimenta o meu intelecto de uma forma distinta. Por um lado quando desenho estou focado na ação física do desenhar, porém por outro muito facilmente caio na necessidade de justificação, de tentar entender qual a minha filosofia em torno das artes, qual é meu estilo de desenho, etc. Eu perdi aquela perspectiva de desenhar em prol de um trabalho de auto-conhecimento, ou algo assim, se tornou um hábito técnico, de criar uma obra ao invés de ser algo que sirva para mim. Talvez faça uma associação com tocar violão. Percebo quando estou tocando para dar conta do projeto que criei antecipadamente em minha cabeça e quando estou tocando por puro prazer. Talvez de repente eu enxergo na arte algo enfadonho nesse momento, porque não consigo me conectar com a parte da inspiração, de estar conectado afetivamente nesse ponto. Foi uma reflexão que tive essa manhã em relação a conversa que tive com Leandro ontem. 

                       Me percebo muito relacionado com o aspecto intelectual das coisas do que a parte afetiva e emocional. E isso consegui encontrar um certo eco na minha leitura da filosofia. Há aqui um conflito que ainda não consigo resolver, ou entender. Para mim está sendo muito mais lidar com conceitos, do que uma parte que se permite sentir e se deixar levar pelos afetos. Não estou colocando a essa ideia como um método para chegar a inspiração artística, mas é algo que de repente percebi sobre o que está acontecendo comigo. Para ilustrar melhor gostaria de falar sobre a conversa que tive com Leandro ontem.

                     Ontem fui ao aniversário de Leandro. Foi inevitável falar sobre as minhas leituras, ainda porque ontem eu tinha terminado um novo capítulo do livro Introdução ao Filosofar. Conversamos bastante sobre essas questões. Depois mais tarde ficamos na laje de sua casa conversando mais ainda. A conversa foi se aprofundando. Ele falava de novo sobre o cristianismo. No momento que tive a vez de falar, tentei falar de novo sobre a filosofia. Mas naquele momento eu fui entrando mais em contato com a minha realidade, daí percebi que estava realmente falando de algo que ia além do próprio conceito. Agora compreendo que para além da utilidade dos conceitos, do porque das minhas relações, do que posso tirar de cada encontro, existe um terreno que pertence ao afeto, que extremamente importante.

                        Esse é um aspecto que tenho a sensação que tinha perdido. Dificilmente eu tenho a sensação que estou de fato sentindo as coisas. Quando há sentimento há um certa defesa contra, pois é como se fosse abrir a caixa de Pandora, onde todos os demônios escondidos estivessem lá presos esperando para serem soltos. Porém, ao mesmo tempo há um facilidade extrema para racionalizar as coisas, para tornar coisas meras utilidades. De repente perceber que a vida não se resume ao que há de útil nela, mas o que há de aventureiro e incerto, dá cor e vida a ela. Percebi nisso, a possibilidade de uma maior entrega, de aproveitar aquilo que vem do jeito que vem.

                               Esses pontos que trouxe aqui contrastam ao mesmo tempo com a leitura que tive nesse domingo. O capítulo focava na função da negatividade. Esse foi um ponto extremamente importante para o momento que estou vivenciando agora. Eu percebo que não consigo ter a mesma ingenuidade perante a vida que tinha anteriormente, ao mesmo tempo que não consigo afirmar e ir além da ingenuidade anterior. O conhecimento seria uma ferramenta de dar esse passo a frente, porém é inevitável que posso perder diversas coisas a partir disso. Quando cheguei a esse conceito da experiência negativa entendi que era necessário entrar em contato com esse algo que incomoda tanto, que seria o nada.

                              Essa conclusão tem um pouco de bitter sweet. Como se fosse um remédio bastante amargo mas extremamente necessário. Consegui encontrar a peça que faltava desse quebra-cabeça. O sábado para mim foi um teste disso. Passei o dia ouvindo música, mas sempre tive essa sensação de nunca conseguir de fato estar em contato com ela. Nada parecia que iria me dar essa sensação de completude. Até um momento que me cansei de atrás das coisas e me dei por vencido. Porém, mesmo assim me sentia frustrado comigo mesmo por ter sucesso nessa empreitada.

                                A única coisa que parece que me dá essa chance de me encontrar é na filosofia. É a partir da filosofia onde esse nada, que sempre tento fugir, tem lugar privilegiado. De repente percebi que o que dá sentido a minha vida, é justamente o vazio que sempre evito entrar em contato. Quando era adolescente ou criança para mim era mais fácil entrar em contato com isso. Hoje me parece uma perda de tempo. Talvez é aí que está minha identidade (como Leandro gosta de dizer). Talvez é no próprio vazio onde as coisas passam a ter sentido. 

                               Penso ao mesmo tempo quando escrevo que esse fim de semana que vem, talvez, irei para Gravatá, só que agora pretendo ficar sozinho lá. Então há aí o desafio de suportar a mim mesmo. Eu tenho a ideia de que será importante para mim isso, eu gostaria muito de aprender a servir de companhia a mim mesmo, mas por enquanto ainda permanece uma grande incógnita de como isso é possível. Penso em levar livros, o laptop para ouvir música e vou ver se consigo levar maconha. Bem, encerro por enquanto a minha escrita, tentaria refletir um pouco sobre tudo isso. Até mais.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Diário #7

               Acabei não escrevendo ontem. O computador estava travado e não deu tempo. Hoje de manhã voltei a atender presencialmente, foi uma sensação estranha, ao mesmo tempo familiar. Logo no momento que entre no consultório sentia como se estivesse muito a vontade do que no começo. Fiquei meia-hora esperando o cliente, enquanto isso olhava para todo os cantos da sala, buscando ficar mais presente. Sentia uma ansiedade, mas algo que não chegava a incomodar.

               Cliente chegou um pouco atrasado. O primeiro contato desse tipo depois de 2 anos. Ele logo comentou o como era estranho voltar. A sessão começou a partir disso. De repente me senti tão cômodo no lugar que estava que até estranhei. Parecia que tudo estava fluindo, até tomar consciência disso. Depois o resto da sessão fiquei muito aware do momento e não conseguia parar de não reparar no como estava naquele momento. Mas foi algo que consegui manejar, pude deixar as coisas acontecerem em seu próprio ritmo.

               Voltei para casa. Nisso Marcos manda uma mensagem para mim dizendo que teria uma festa de São João, e que Alice estaria lá. Para mim foi uma notícia um pouco indesejada. Eu não iria se não fosse por Alice, e ainda sim, ir seria tentar algo que muito provavelmente daria errado passo que se não fosse perderia uma oportunidade. Fiquei com isso na minha cabeça por um tempo. Fui para Jaqueira de tarde pensando nisso. Mas logo percebi que não valia a pena esse tipo de estresse, esperaria chegar em casa para pensar melhor. Durante a caminhada escolhi ouvir um episódio de um Nerdcast sobre a Máfia.

                Cheguei em casa. Olhei para o celular e não vi nenhuma mensagem de Marcos. Esperava que ele falasse sobre que horas iria ser o evento e já que ele citou dois lugares que provavelmente iria acontecer, ele deveria ter dito a essa altura qual lugar. Não penso em tentar puxar dele essa informação. Bem, não me senti muito inspirado para escrever hoje. Talvez me sinta um pouco bagunçado com isso tudo. Sempre almejo tranquilidade em minha vida, mas parece que sempre tem algo que pode me tirar da minha paz.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Diário #6

              Como toda quarta, é um dia um pouco sem graça. Não fiz muita coisa útil como a segunda passada. Tentei fazer a Revisão Semanal, mas acabei desistindo, vou deixar para a segunda que vem. De tarde fui a Jaqueira. Até lá fiquei refletindo sobre minha vida e a minha vida profissional. Refleti bastanta sobre isso, para pelo menos compreender um pouco mais o que está acontecendo e o que devo fazer em relação as coisas. Me esforcei um pouco entre meus argumentos mentais tentar chegar a um entendimento. Cheguei a um ideia de que tudo que está girando em torno de mim deveria obedecer ciclos, e cada ciclo, tendo sua estrutura de começo, meio e fim, deveria me ajudar a entender o que deveria alcançar em cada etapa em que me proponho a alcançar. Devo talvez deixar mais claro o que quero para cada momento, estabelecer prazos mais ou menos concretos para saber se estou sendo bem-sucedido ou não.

                Isso me levou a um compreensão importante. Durante essa caminhada me veio um insight que há sempre a possibilidade de mudar meu sistema de crenças, de que não precisaria permanecer numa única concepção para todo sempre. A partir disso percebi que haveria uma maior liberdade se eu não precisasse o tempo todo justificar certas crenças e não precisaria depositar toda minha esperança num único ponto de vista. Eu sustento certas coisas, mas cair a ficha de que essas coisas não precisam ser sustentadas sempre, que sempre há possibilidade de mudança, me deixou mais aliviado.

                   Isso coincidiu com o podcast que estava ouvindo, que era uma entrevista com Diego Ruzzarin. Ele é uma figura que acho muito interessante, a princípio alguém com viés marxista, mas também trás uma diversidade de leituras. Outro ponto que acho válido lembrar, o podcast estava sendo falado em espanhol. Pude sair um pouco do guarda-chuva da língua inglesa e portuguesa. Ouvindo ele durante a caminhada na Jaqueira e pensando um pouco mais sobre um diversidade de coisas voltando para casa me fez abrir os olhos para uma série de outras coisas. Nesse momento percebo que estou de fato aberto para as possibilidades futuras, realmente a deriva. Permito o incerto seja um ponto base para minha existência, e que não tenho como ter controle do futuro, o futuro se faz sozinho.

                       Assim, independente das perspectivas que me relaciono agora, tenho sempre o poder de explorar novas coisas, novos caminhos, sem temer me desvirtuar, mas sempre com a ideia de que o que será verdadeiro e genuíno. Acredito que sempre tive o temor pelo incerto, achando que não há possibilidade de confiar naquilo que não controlo e conheço. Saber que meu conhecimento não dá conta da complexidade que a realidade é, me permite relaxar e aceitar o processo das coisas, sem também romantizar isso, mas simplesmente aprender com o processo

terça-feira, 12 de julho de 2022

Diário #5

                            Está ficando um pouco tarde para a hora que estava me propondo escrever aqui. Mas enfim. Cheguei atrasado, como sempre, no Communitas. Estou tendo a sensação que as aulas estão ficando repetitivas. Depois da aulas eu foquei na leitura de um ensaio do Paul Goodman, chamado Black Flag of Anarchism. Gostei bastante do ensaio, sempre acho interessante como ele trás certas informações. A partir dele que percebi que seu arsenal é muito mais extenso do que pensava. Me estimula a continuar com meus estudo em diversas áreas. Somente senti a falta de uma leitura mais explicita do que ele defende. É possível perceber quais direções ele leva, porém ainda sinto falta de uma compreensão mais precisa de suas propostas. Me dá a impressão que ele tem uma certa flexibilidade para diversas perspectivas, só prefere umas do que outras, assim não há uma fronteira muito rígida entre aquilo que ele concorda e aquilo que ele discorda, pelo menos senti isso em relação a esse ensaio.

                             De tarde foquei mais na escrita. Primeiro escrevi um resumo da minha leitura do ensaio, depois foquei um pouco mais no artigo. Sinto cada vez mais confiante com esse artigo. Percebi que era muito mais simples escrever do que eu imaginava. Porém, ainda sinto uma certa dificuldade de focar minha atenção 100%. Por enquanto consigo fazer alguns avanços menores. Escrevi três pequenos parágrafos sobre a teoria do self  e suas funções. Anotei algumas citações também e partes que deveria revisitar. Depois disso ainda vi um pedaço de uma entrevista ao vivo do Padre Júlio Lancelot. Um pouco antes do jantar fiz uma lista de livros que almejo comprar e quanto teria que gastar neles. Acredito que posso me comprometer daqui a 5 meses a comprar pelo menos 6 livros da lista. Vou pensar um pouco essa semana para estar certo do que eu quero fazer.

                                       Para concluir, senti uma grande inspiração em relação a esse artigo e pensei se a área acadêmica seria aquilo que mais me instiga. Me senti muito bem escrevendo e organizando o artigo. Tenho consciência que prefiro talvez uma maneira mais intuitiva de escrever do que seguir padrões ou regras. Vejo um aspecto mais criativo que não via antes, infelizmente meu passado na faculdade não fora tão glorioso. Estou reescrevendo esse passado no presente, esperando encontrar algo de proveitoso em cada passo que eu dou rumo ao futuro.             

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Diário #4

           Tentarei fazer um resumo desse fim de semana. Na sexta, eu fui a uma "exposição" de Van Gogh, foi bastante pobre na verdade, era para ser uma exposição interativa, porém teve muito pouco para se ver, e a ambientação não estava cooperando muito. De certa forma me perguntei porque estava lá. Depois fomos eu e meus pais e mais minha prima Rosa e sua filha junto com seu esposo (acredito que era esposo) para um restaurante japonês, o Quina do Futuro. Para mim foi um pouco decepcionante, o prato mais barato que tinha, não tinha praticamente nada no prato, acabou que tentei me resolver com os pasteis da pastelaria próxima ao restaurante. Voltei para casa sentindo um sensação de que estaria fadado aos meus pais pagando coisas para mim.

               No sábado, estava marcado um almoço com minha mãe e sua amiga, chamamos ela de Deca. Junto estaria uma amiga dela de São Paulo, não lembro o nome. Acho que esse momento desenrolou de uma forma melhor, estava tentando não ficar tão tenso, porém para mim foi inevitável sentir alguns desconfortos. Pensei em ir mais para falar sobre meu artigo para Deca, que acabou que não foi o centro da conversação. Houve um momento que cansei de estar lá, de fato não é a situação que sinto mais a vontade, logo percebo o quanto ela especificamente é diferente de mim, e o quanto eu não tento me aproximar do que ela é ou que representa, quero não me importar também do que eu represento como pessoa para ela. Depois disso voltei para casa, foi um momento de extremo sossego. Talvez não consegui aproveitar ao máximo esse momento, mas senti que foi um momento de descanso. Meus pais tinha saído para ver a Fenearte e podia curtir esse tempo sozinho. Estava animado também pelo fato de noite estar algo marcado, talvez ali me sentiria mais autêntico, mais livre.

                    De noite fui ao Loa. Antes de ir para lá começou a chover. Chegando lá, a primeira pessoa que estava presente era Dino. Ficamos conversando um pouco até Guilherme e Marcos chegarem. Guiherme chegou um pouco depois com sua namorada, enfim tinha conhecido ela. Estávamos decidindo qual lugar ficar, por causa da chuva. No fim escolhemos o lugar que eu gostaria de ficar, na parte da frente do bar. Nesse momento me senti um pouco ansioso. Acredito pelo fato de estar consciente do como estou amadurecendo e como posso agora explorar melhor minhas relações sociais e se há algo em mim que falta compreender, que precisa de maior investimento. Nesse momento como sempre Dino tomou conta da conversa, tentei ter calma com isso, também tinha percebido que ele tinha algum nível de intimidade com a namorada de Guilherme. Tentei algumas vezes entrar na conversa, mas nunca durava. Estava esperando também Marcos para começar a fumar, talvez ficaria mais tranquilo. Ele demorou muito, fiquei com a sensação que não vinha. Então decidi pegar os cigarros que fiz mais cedo. Não consegui fumá-los direito. Decidi sair para arranjar algum lugar para comprar.

                    Só lá para as 9 horas ele chegou. Acho que a presença dele era um pouco incomoda ao mesmo tempo que tirava o foco da conversa que estava acontecendo. Podia me movimentar melhor. Talvez não foi uma noite ideal, mas acredito que algo muito bom aconteceu, a importância de se distrair, de não focar só em mim e deixar que as coisas fluíssem melhor. No final da noite Dino e Marcos queriam ir para um festa de São João, eu sentia que não havia condições para isso, estava cansado de pessoas, precisa voltar para meu mundo e descansar um pouco. Cheguei em casa pensando se tinha feito alguma bobagem. Agora percebo que tenho que saber aprender com o presente, focar no no que acontece agora.

                             Não sei se quero falar muito sobre o dia de hoje. Foi um dia extremamente preguiçoso, não consegui fazer nada muito útil. Vi um video de um marxista reagindo a uma resenha de um livro da Ayn Rand, A Revolta do Atlas. Isso tomou quase toda a minha manhã. De tarde fui a Jaqueira, um pouco atrasado, só dei duas voltas e voltei para casa ouvindo Foro de Teresina. Lembrei agora que não li o livro sobre vegetarianismo. Ainda estou devendo ler o livro sobre emagrecimento.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Diário #3

                  Pensando no que escrever. Acredito que as quintas geralmente são bem tranquilas. Não saí para a Jaqueira hoje, fiquei maior parte do tempo em casa, não saí. De manhã continuei com o estudo do Tarô Pitagórico. Não foi um momento de grandes revelações, não senti como se estivesse encontrando algo que se comunicasse diretamente com algo em minha vida, mas dar continuidade a esse estudo de fato é algo gratificante. Também completei com algumas coisas a tabela que comecei a fazer.

                   Esses estudos me põe a refletir um pouco sobre como estou levando a minha vida. Espero que esteja de fato me aprofundando nisso, e que essas coisas que venho estudando me ajudem de fato a entender que tipo de vida estou vivendo. Há sempre essa incógnita. Não sei ao certo se tudo isso é produto de pura fé, ou se há uma correspondência válida com os eventos de minha vida. Pretendo jogar alguns dados nesse fim de semana para tentar confirmar isso.

                    Aparentemente meus pais irão para Fazenda Nova no final do mês. Gostaria até de conhecer esse lugar, porém preciso aproveitar essa janela para aproveitar um pouco com meus amigos. Minha vontade seria ir para Gravatá de novo. Não tento ter muitas expectativas em relação a isso de verdade. Sei que de alguma forma ou estarei em Gravatá ou estarei em casa, as duas opções parecem ser bastante boas. Outra ideia seria ir sozinho para Gravatá, não sei muito o que esperar disso.

                      De tarde dei um pouco de atenção ao artigo. Reli os textos que venho escrevendo, e não senti que foram maus escritos, e isso me deu maior entusiasmo para continuar com esse processo. Percebo que o artigo pode ir tomando corpo. 

                       Lembrei agora que depois do almoço tive a inspiração de tocar um pouco de violão. estava vendo algumas mensagens no grupo do Whatsapp que estou participando agora. Resolvi mandar alguns áudios antigos tocando músicas do Syd Barrett. Até gravei um novo. Pensei de novo em praticar mais, talvez voltar a tocar violão clássico. Sinto uma mistura de coisas, por um lado eu quero resgatar muitas coisas que ficaram no passado e não conseguir dar continuidade, por outro não sinto que estou inteiro nessas coisas, não sei ao certo se consigo ter real entusiasmo em algo, pelo menos no campo artístico. 

                        Parei um pouco para refletir no atual momento. Não sei se consigo entender que vida estamos vivendo nesse momento. Quais são as reais promessas para o futuro. Busco sentido em minhas leituras, busco sentido nessas coisas todas, mas tenho medo de não conseguir achar. Por mais que aconteçam coisas em minha vida que apontam direcionamentos, mesmo assim ás vezes me sinto desanimado e sem esperança. De fato tenho que viver um dia após o outro, sem tentar apressar as coisas, manter a calma e a paciência.

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Diário #2

              De novo aqui. Estava digerindo um pouco a comida do jantar e vendo videos. Estava com a cabeça cheia de coisas, reflexões de todos os tipos. Estava pensando nas leituras que venho tendo, nas ideias ligadas a elas. Sempre fico refletindo sobre tudo isso, buscando entender melhor. Chego a algumas conclusões, mas nunca consigo me sedimentar nelas, permanecendo com o mesmo pensamento.

            Mais cedo estava pensando sobre me tornar pagão. Explicando, estava vendo um site sobre o assunto. O autor dos textos presente no site criou o Tarô Pitagórico, que estou me dedicando a estudar semanalmente. Fiquei curioso em ver outras coisas que ele escreveu, encontrei muita coisa boa, coisas que vejo uma relação direta com o tarô, inevitavelmente esse estudo que estou fazendo agora carrega relações com essas outras coisas. 

             Tive uma ideia enquanto estava andando para a Jaqueira em criar uma tabela relacionando os sistemas de oráculos e outras coisas como o alfabeto grego e hebraico e talvez outras coisas mais. Essas coisas me estimulam bastante. Pensei depois se o caminho do paganismo seria de fato a minha. Acho que as minhas leituras do tarô estão sendo suficientes para satisfazer essa necessidade, talvez quando acabar esse processo saberei melhor o que quero. Também incluo a leitura do Contos de Canterbury nesse processo. Talvez quando acabar o livro eu faça um apanhado da leitura, talvez consiga fazer uma relação com meu próprio processo atual.

              Fui a Jaqueira pela tarde. Senti que foi um grande esforço, porém fico feliz por ter ido. Percebo que estou bastante acima do peso e espero que essas caminhada surta algum efeito. Acredito que consigo manter pelo menos 3 vezes pela semana. 

              Voltei refletindo sobre a abordagem que estou inserido agora na clínica, sobre o artigo que pretendo fazer, e correspondências políticas direcionados a isso. Não sei se consigo me aprofundar mais sobre isso. Talvez no futuro consiga elaborar melhor essas reflexões por aqui, por enquanto escrevo coisas mais resumidas.

terça-feira, 5 de julho de 2022

Diário #1

            Começo a redigir um diário por aqui. Obtive essa ideia a partir de um texto que encontrei na internet. Tentarei construir um hábito de escrever por aqui todos os dias depois do jantar, acredito que será o melhor horário para conseguir me concentrar apropriadamente. A ideia seria me dedicar a isso por uma hora, porém esse é o horário que tenho para ler literatura (Estou lendo Contos de Canterbury) e não sei se conseguirei focar nisso logo depois de comer.

        Hoje não tive o encontro do Communitas, aliás preciso dar entrada na inscrição. Dei continuidade a leitura do livro Gestalt-terapia e experiência de campo. Tenho a sensação que cada vez que eu leio mais estou aprofundando em certas ideia e estou conseguindo me apropriar melhor de certas coisas. Porém, mesmo assim nunca consigo ter uma sensação de que estou dominando as questões de forma total. Há sempre grande número de dúvidas e questionamentos. Acredito que isso possa ser algo saudável.

        De tarde fui a terapia. Entrei em contato bastante com minha raiva. Me ajudou bastante a massagem que a terapeuta me deu. Pude entrar em contato de fato com o que estava sentindo. Percebi naquele momento que não estava apenas ligado ao intelecto, mas que estava sentindo algo de forma genuína. Saí de lá refletindo um pouco sobre isso. Meu foco nas minhas leituras está muito ligado ao discurso e muito pouco talvez com um contato com as sensações. Mas penso que não preciso escolher uma perspectiva única, há sempre formas de unir as perspectivas. Mais tarde refleti um pouco sobre meu posicionamento diante de certas coisas. Me pergunto se posso de fato aprender com uma multiplicidade de perspectivas, sem precisar me filiar a uma específica.  

       Depois da terapia decidi ir a Fafire andando. Sempre é uma ajuda para melhor meu humor e também fazer um pouco de exercício. Aproveitei para jogar um pouco de Pokemon Go. Quando cheguei na Fafire notei que não havia quase ninguém e que não podia entrar por causa da biometria. Daí caiu a ficha que a faculdade estava de férias. Fiquei um pouco frustrado, mas decidi seguir meu caminho. Pensei até em fumar, mas senti necessidade de ir ao banheiro. Fui até o Shopping. Quando saí de lá, aproveitei para dar uma olhada no Sebo ao lado.

       Vendo os livros me senti muito inspirado para visitar aquele lugar mais vezes. Senti a diferença entre comprar um livro ou baixar um livro em casa e ver um estante com uma diversidade de livros em minha frente. Me permiti deixar levar por essa experiência e de repente me surpreender com os livros que estavam ali. Percebi também como é diferente passar por um experiência fora de minha própria casa. Pensei que deveria buscar experiências mais fora de minha própria casa, sair mais, sentir mais a rua.

        Bem, já chegou a hora. Finalizarei então meu relato por enquanto.

Reflexões sobre "Cuidando do Cuidador"

      Esse fim-de-semana houve um evento do meu curso chamado "Cuidando do Cuidador". Fiquei um pouco reticente sobre isso, eu ter...